Cansada e sem paciência para fazer musculação semanalmente, mas ciente da importância da prática de exercícios físicos para a mente e para o corpo, a brusquense Débora Knihs, de 31 anos, decidiu partir para outra modalidade esportiva: o caratê. Em pouco mais de um ano e quatro meses de atividade, o hobby da atleta transformou-se em cinco medalhas de ouro e pode gerar uma sexta, desta vez no mundial da modalidade, que ela participará pela primeira vez e que será realizado na Áustria em outubro.
Débora nasceu com glaucoma – doença causada pela lesão do nervo óptico relacionada à pressão ocular alta – e perdeu totalmente a visão aos 12 anos de idade. O esporte, sempre presente da vida da carateca, é uma de suas paixões. Além de caratê, ela também já praticou atletismo e natação.
Há cerca de oito anos, Débora deixou Brusque para residir em Campinas, município do interior de São Paulo. Foi lá que ela conheceu o caratê adaptado – chamado também de paracaratê – por meio de um colega de musculação.
Também por meio dele, ela conheceu o mestre Valmir Zuza. Rigoroso, o treinador exigiu excelência nos treinamentos desde o início. Por vezes, a atleta precisou – e ainda precisa – repetir de 30 a 40 vezes o mesmo movimento. Seis meses após o início da jornada no caratê, a intensidade dos treinos e o talento de Débora resultaram na primeira medalha.
Até agora, ela já conquistou medalhas de ouro na II Copa União de Karatê FPK, no 15º Open Tomodachi de Karatê e na Copa Louveira de Karatê, disputadas em São Paulo; medalha de ouro na fase final do Campeonato Brasileiro de Karatê 2015, em Joinville; e a última na etapa classificatória do Campeonato Brasileiro de Karatê 2016 disputado em Porto Alegre.
“Com essa medalha na etapa classificatória eu consegui a vaga para o mundial. Estou muito feliz com essa conquista. Estamos treinando bastante para conseguir um bom resultado no mundial. Vou dar o meu melhor. E tenho certeza que a experiência será muito boa”, afirma Débora.
Rifa e patrocinador
Apesar do talento e das cinco conquistas em apenas um ano e quatro meses de caratê, Débora não tem patrocinador para auxiliá-la com os custos da viagem ao mundial na Áustria, que ocorrerá de 25 a 30 de outubro.
Por isso, os familiares da atleta, que residem em Brusque, estão organizando uma rifa para arrecadar dinheiro. Segundo Débora, o comércio do município já auxiliou com a doação dos brindes.
“O atleta apenas ganha um agasalho para participar do mundial. De resto, hospedagem, passagem e alimentação, tudo é de responsabilidade do atleta. E é tudo muito caro. Sem patrocinador é realmente muito difícil. E o governo também não ajuda”, lamenta a carateca.
Ainda segundo Débora, empresas que têm interesse em patrociná-la ou pessoas interessadas em comprar números da rifa podem contatá-la por meio do e-mail deboraknihs3@gmail.com ou por meio do telefone (47) 9955-3028 (com Sidnei). As rifas ficarão disponíveis tanto na biblioteca de braile da Fundação Cultural de Brusque quanto com os familiares da atleta.
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