Habilitar mulheres rurais a empreenderem, além de desenvolver competência de gestão para aplicação no seu próprio negócio, considerando as oportunidades existentes. Esses são alguns dos objetivos do programa “Com Licença Vou à Luta”, desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
Abelardo Luz, Presidente Castelo Branco e Planalto Alegre receberam, no mês de julho, o programa que foi conduzido pela prestadora em serviço de instrutoria, Rosa Marina Seghetto. Irineópolis, no Norte catarinense, também contou com uma turma sob a orientação da prestadora de serviço Lúcia Bousses.
A iniciativa foi promovida em parceria com os Sindicatos dos Produtores Rurais, CRAS e Secretarias da Agricultura dos municípios e, em Irineópolis, também com a Empresa de Tabacos Souza Cruz, e abordou temas como empreendedorismo, gestão financeira, planejamento do negócio, legislação e liderança. O programa conta com cinco encontros com um módulo de oito horas por semana. “As etapas seguem uma sequência de forma que os temas trabalhados possam ser aplicados objetivamente à realidade de cada propriedade e à vida das produtoras”, explicou Marina.
“É gratificante observar o interesse e a mudança que estes encontros provocam nas agricultoras, que já têm consciência da importância da mulher na agricultura, porém, carência de uma base que alavancasse seu trabalho”, salientou Lúcia.
O supervisor do Senar/SC na região oeste, Helder Jorge Barbosa, destacou que as mulheres estão envolvidas no processo produtivo e na gestão de empreendimentos, sendo responsáveis pela unidade familiar. “Apesar dos preconceitos, a presença do trabalho feminino nas propriedades rurais é realidade, porém ainda carente de qualificação. Diante disso, o Senar/SC promove, constantemente, programas de aprimoramento profissional buscando incentivar a gestão nas mulheres do campo”.
“O programa tem feito a diferença no meio rural, despertando lideranças e o espírito empreendedor nas mulheres. Muitos projetos empreendedores estão vinculados às atividades que já desenvolvem na propriedade, como artesanatos, produção de leite, queijo, massas, hortaliças e outros. Além disso, comercialização, levantamento de preços, estudo de mercado e visão empreendedora são assuntos abordados pelo programa”, pontuou Marina.
Para o presidente do Sindicato Rural de Irineópolis, Francisco Eraldo Konkol, o resultado é satisfatório. “Percebe-se a evolução das produtoras e a reivindicação de ações por parte da administração do município. Isso demonstra que o curso despertou a vontade de buscar mais conhecimentos”, observou Konkol.
PROGRAMA
A iniciativa foi criada especialmente para as mulheres do campo, pois com noções de gestão, elas ajudam a melhorar a administração da propriedade, seja como chefe de família e/ou empresária rural.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, ressalta que a intenção é elevar a autoestima das mulheres para despertar o potencial pessoal e profissional, além de proporcionar atividades que possibilitem a independência financeira, construindo a autoconfiança com reflexos na qualidade de vida. “Tudo isso contribui para o aumento da renda familiar com melhorias na eficiência da gestão”. Para participar é preciso ser alfabetizada, ter mais de 16 anos, ser produtora rural.