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Missionária apresenta Evangelho para homossexuais: “Deus quebra a religiosidade”

Afim de compartilhar o amor de Jesus Cristo com pessoas que, muitas vezes, são deixadas de lado pela igreja, a missionária Priscila Coelho deu início ao “Movimento Cores”.

O projeto, que começou em dezembro de 2014 na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), visa pregar o Evangelho para o público LGBT. Com caráter evangelístico e pastoral, as reuniões procuram tratar de um tema que ainda enfrenta barreiras dentro das igrejas: a homoafetividade.

Priscila tem um testemunho ligado à abdicação de práticas homoafetivas. A idealizadora do movimento afirma ter sido molestada aos 5 anos de idade, mas teve a vida radicalmente transformada após um encontro verdadeiro com Deus. “Viciada em várias coisas eu fui. Viciada em sexo, pornografia, droga, mulher, mentira”, disse ela em entrevista ao programa Balaio, em 2011.

Em uma nova entrevista, dessa vez para o programa De Tudo um Pouco, da emissora Rede Super, ela conta mais detalhes sobre seu trabalho com o público homossexual. “O movimento existe há um ano e seis meses e foi algo totalmente novo pra mim. Uma coisa é você vir desse processo, dessa questão homoafetiva. Uma coisa é você compreender Deus e passar isso para os outros”, disse ela.

“Então a gente vem fazendo isso com o ‘Movimento Cores’. A gente trabalha com o público LGBT, lésbicas, gays, bis, os travestis, transgêneros e transssexuais. Um público que, para mim, não é alcançado pela igreja”, pontuou.

Priscila ressalta que muita das pessoas que fazem parte desse grupo já tiveram contato com a igreja evangélica. “Eles já chegam bem feridos com as igrejas, às vezes são filhos de pastores. Alguns deles viveram a vida toda no Evangelho, mas não conseguiram parar com a prática ou parar de sentir o desejo. Então, eles meio que abandonam Deus por não conseguir abandonar a prática”, explicou.

Jesus e o Pecador

“Jesus é bem diferente do que a igreja é, na minha opinião. A gente lida com o pecador de forma diferente. É hipocrisia minha dizer que a gente trata todo mundo igual. A gente trata de acordo com o pecado, de acordo com a condição financeira, de acordo com a cor também”, comentou a missionária.

“A minha preocupação e indignação é essa questão do preconceito na igreja. Eu acho um meio extremamente preconceituoso. Agora, lidando diretamente com os meninos [homossexuais], vi que quando você está na capsula evangélica, só trabalhando com cristãos, é muito bonito. Muito ‘crentês’, todo mundo se ama. Mas quando você vai trabalhar com os perdidos, percebe a forma com que a igreja lida com os perdidos mesmo, você percebe que a gente tá tomando um banho nessa lida”, contou.

Para ela, Deus vem quebrando o preconceito nas igrejas. “A gente não consegue lidar e para mim é um meio preconceituoso. Mas Deus vem quebrando isso. Quando você se depara com um pastor que não sabe lidar com um homoafetivo, aí ele tem um filho homoafetivo, ele vai lidar na prática e tem que conseguir isso. Aí ele vai quebrando a religiosidade e o preconceito”, disse.

O que dizem os cristãos?

“A galera dá uma pirada e diz: ‘Vocês aceitam essas pessoas’. Quem sou eu pra aceitar pessoas? As pessoas são transformadas por Deus. Então, nosso processo no ‘Cores’ é assim, ninguém pede para você abandonar nada. Na verdade o próprio Deus, quando a gente o conhece, nós abandonamos o pecado, pois Ele nos dá força pra isso”, disse Priscila. “A gente prega o Evangelho para que ele consiga trazer a libertação. Não estou falando de cura gay. Estou falando da libertação de tudo”, finalizou.

Confira a entrevista na íntegra:

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