Preocupado com a repercussão das declarações dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil) de que o governo irá adotar a idade mínima ou aumentar o tempo da contribuição previdenciária, o presidente interino Michel Temer convocou uma reunião amanhã às 15h com as centrais sindicais. Foram chamados os presidentes da Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB. Temer também convidou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CTB, ligadas ao PT e ao PCdoB, respectivamente. Ambas não deram resposta.
O presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), um dos líderes do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, disse que o governo Temer começou errado, sem consultar as centrais sindicais antes de propor pontos da reforma previdenciária.
“Vamos dizer para ele que já há na legislação uma idade mínima, que são os 90/100 de soma da idade e tempo de contribuição. Achamos que a situação da Previdência não é tão ruim como o governo fala”, afirmou.
O deputado admitiu, no entanto, que se a proposta de adoção da idade mínima for para quem ainda não ingressou no mercado de trabalho, a ideia é “conversável”.
Além do presidente, participarão da reunião os ministros Meirelles, Padilha e Ronaldo Nogueira (Trabalho). A ideia é iniciar as negociações também sobre mudanças na legislação trabalhista.
Dias depois da aprovação do impeachment na Câmara, quatro centrais entregaram a Temer um documento pedido, entre outros, que não sejam retirados direitos dos aposentados:
“O Brasil que queremos é resultado da seguinte agenda: implantação urgente de uma política de desenvolvimento nacional; mudanças e redirecionamento da política econômica; retomada, ampliação e adoção de políticas de geração de empregos, renda e direitos sociais; correção da tabela do Imposto de Renda; criação de condições para o aumento da produção e da exportação; juros menores, voltados ao consumo e aos investimentos no comércio e na indústria; manutenção e ampliação dos programas voltados para a diminuição das desigualdades sociais; fortalecimento da política de valorização do salário mínimo como forma de distribuir renda; não à retirada de direitos na Reforma da Previdência”, diz um trecho do documento.