Querem prédios de 20 andares
Essa é a proposta de mudança do plano diretor de Penha, que tá deixando moradores e ambientalistas cabreiros
A permissão para construir em Armação e na Praia Grande, em Penha, prédios com até 20 andares (o que equivale a uma altura de mais de 80 metros). Essa é a proposta que será apresentada na audiência pública convocada pelo prefeito de Penha, Aquiles da Costa (PMDB), e pelo presidente do conselho da Cidade (Concidade), Diego Mattielo, que também é secretário de Planejamento da prefeitura.
A informação, mesmo sendo solicitada por outros membros do conselho da Cidade, vinha sendo mantida em sigilo. Somente ontem, numa “nota de esclarecimento” encaminhada ao DIARINHO, é que Diego Mattielo revelou a intenção da mudança do plano diretor quanto ao número de andares de construções.
Mas, alega o secretário de Planejamento, mesmo com os 20 andares não haveria risco dos prédios provocarem sombra na praia. “A proposta apenas aumenta o número de pisos conforme a distância da praia, quanto mais longe, mais pisos serão permitidos, chegando no máximo a 20 numa grande distância”, garante.
Diego, no entanto, não especifica essa “grande distância” da praia ou dar morrarias de mata Atlântica.
Atualmente, o número de pavimento das construções na região histórica de Armação, incluindo as praias do Trapiche e do Cascalho, e na Praia Grande não pode ultrapassar dois ou seis andares, dependendo da distância da praia.
Sobre o requerimento de dois empresários para a mudança do plano diretor, para o aumento no número de pavimentos, ela afirma que mesmo se elas forem aprovadas os empreendimentos altos não conseguiriam sair do papel. “Isto porque mesmo se as mudanças fossem aprovadas, as construtoras ainda devem seguir as regras do código de Obras, e não há espaço de área permeável para construção de edifícios na beira da praia”, diz.
Associação não recebeu documento
O secretário e presidente do Concidade afirmou ainda que ontem atendeu o pedido da associação de Moradores e Amigos da Praia Grande, entidade que tem assento no conselho, e forneceu a cópia dos requerimentos dos empresários.
Até às 18h10, no entanto, Gilberto Manzoni, presidente da associação, não havia recebido o documento. O pedido foi feito verbalmente antes do Natal e como Diego não forneceu os documentos, a associação encaminhou dois pedidos formais: dia 26 de dezembro e dia 5 de janeiro.
A audiência pública vai acontecer na segunda-feira da semana que vem no salão paroquial da igreja de São João, na Armação. Qualquer pessoa da comunidade pode participar, com direito a voz na reunião.
diarinho