Material produzido em aula de química é usado na escola e gera economia.
‘Complicado é o medo de ousar’, diz professor que implantou a ideia.
Com o aumento dos casos de gripe e caxumba em Florianópolis e a recomendação de cuidados redobrados com a higiene das mãos e dos ambientes, uma escola estadual encontrou uma solução para economizar. Nas aulas de química, os estudantes aprendem a produzir os próprios materiais de higiene, como mostrou o Jornal do Almoço, no quadro ‘Tem Jeito’.
“A gente passou a ter dificuldade para arcar com o custo de álcool em gel, detergente e sabonete líquido, mas o professor de química disse que poderíamos resolver isso, produzindo aqui na escola mesmo em atividades com os alunos”, relatou a diretora Noeli Frei Berger.
Em uma prática pedagógica, professores e alunos conseguiram resolver um problema do dia a dia. “A gente atendeu uma necessidade da escola e transformou essa atividade teórica em uma atividade prática e bastante prazerosa para os alunos. O principal elemento foi ter boa vontade e querer fazer a diferença”, contou Noeli.
Química na vida
Com a parceria dos professores, a definição de um espaço físico para armazenar o material e a parceria de patrocinadores amigos da escola, o projeto foi colocado em prática.
As aulas de Química foram incorporadas à realidade dos estudantes, que, além de aprender, contribuem com a realidade em que vivem. “A gente mostra que eles podem fazer a diferença, desde que participem. No laboratório, viram que a química não é só fórmulas, aquela aula enfadonha”, afirmou o professor Valbério Francisco dos Santos.
Para o professor, a experiência mostrou aos estudantes a química aplicada na vida diária das pessoas. “Esse aluno consegue enxergar um pouco além das fórmulas difíceis, daquele discurso ‘eu não vou fazer química porque é muito complicado. Complicado é o medo de ousar, o medo de fazer uma coisa diferente”, afirmou.
Economia
Conforme Valbério, o álcool em gel que no supermercado tem o valor de R$ 5,30, quando feito na escola sai por R$ 2,30 o litro. O desinfetante que custa cerca de R$ 7, ao ser produzido pelos estudantes tem um custo de R$ 0,43 o litro.
“Quando tem união, quando tem força, quando tem participação, dá certo. Cada turma produziu 100 litros, como são quatro turmas do primeiro, segundo e terceiro anos, conseguimos o material necessário”, explicou o professor.
“A gente está produzindo uma coisa que os alunos vão usar e ver que teve utilidade pra sociedade”, comentou o estudante Carlos Eduardo Franzoni Rodrigues, de 15 anos.