Após a derrota no impeachment, era de se esperar que os petistas ficassem no maior baixo astral. Afinal, estavam deixando o Palácio do Planalto depois de 13 anos e meio no poder, com quatro vitórias consecutivas nas eleições presidenciais.
O que surpreende é constatar que até os tucanos, que tinham chiliques só de ver pela frente alguém de camisa vermelha, agora também andam de farol baixo, meio sem graça com a vitória neste Fla-Flu que começou em 2014.
Parece que ficaram mais felizes com a derrota do adversário do que com a vitória que os levou de volta ao poder central aliados ao PMDB. Andam menos pomposos e mais preocupados com o que vem pela frente.
Como os vencedores viajaram para a China logo em seguida ao jogo decisivo no Senado, não houve desfile em carro aberto dos bombeiros nem grandes comemorações na avenida Paulista ou em Copacabana.
A disputa agora continua nas ruas, mas só entre os movimentos derrotados e a polícia. Quem ganhou sumiu de cena.
Não é estranho? Tudo anda muito estranho no Brasil do Fla-Flu, que esta semana saiu do parlamento direto para os tribunais.
Pois até os dirigentes dos partidos vitoriosos estão se estranhando, ameaçando rompimentos precoces, e os que perderam o poder mostram-se a cada dia mais perdidos, sem saber o que fazer na oposição.
Na verdade, o resultado de quarta-feira não mudou em nada o cenário do campo político, que continua o mesmo de quando tudo começou. Houve apenas uma substituição: saiu o PT, entrou o PSDB, e quem continua mandando é o PMDB.
Cá fora, uns continuam preocupados em buscar ou manter empregos e os outros em como pagar empregados.
Não está fácil para ninguém.
E vida que segue.