Após quase dois dias de julgamento, o ex-policial militar Luís Paulo Mota Brentano foi condenado a 22 anos de prisão em regime inicialmente fechado pela morte do surfista Ricardo dos Santos, em crime ocorrido no dia 19 de janeiro de 2015, na Guarda do Embaú, em Palhoça (SC). O júri popular foi encerrado na noite desta sexta-feira (16), no Fórum de Palhoça, com a leitura da sentença feita pela juíza Carolina Ranzolin, que condenou Mota por homicídio qualificado por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ricardo dos Santos morreu no dia 20 de novembro, um dia após ter sido alvejado por dois tiros por Luis Paulo Mota Brentano, após uma discussão, pela manhã. Depois do fato, descobriu-se que Luiz Paulo era policial militar e estava de férias, aproveitando a noite da Guarda do Embaú. Detido após buscas da própria PM pelo local, Luiz Paulo Mota Brentano acabou expulso da corporação em 11 de setembro de 2015, mas permaneceu preso em um quartel da PM de Joiville até a data do julgamento.
O ex-policial militar também foi condenado a oito meses de detenção em regime inicial semiaberto por dirigir embriagado e outros quatro meses de suspensão de habilitação por conduzir veículo automotor. A acusação pedia pena máxima, de 34 anos, por homicídio triplamente qualificado. Na setençã ,a juíza ainda negou o direito do ex-pm recorrer em liberdade e agora terá que sair do quartel, onde cumpria prisão preventiva, e deverá ser levado para um presídio, onde ficará separado dos demais presos por ser um ex-policial militar.
A defesa do acusado manifestou o desejo de entrar com recurso para anular o julgamento e tentar “reformar” a pena aplicada. A mãe de Ricardinho, Luciane dos Santos, disse ao G1 que o julgamento “superou a expectativa”.
– Graças a Deus conseguimos alcançar o nosso objetivo, que é fazer com que ele pague pelo que fez. É uma mistura de sentimentos. Teve a justiça pela morte do meu filho. É como se fosse uma porta fechada. Acabamos. Agora a gente pode seguir as nossas vidas. E sentir a saudade, a falta que ele nos faz, a dor – disse, emocionada.