Comitê especial é formado para discutir crise hídrica em Balneário Piçarras e Penha
“Foi criado um comitê sim, para trabalhar estrategicamente em paralelo, assim minimizando os efeitos da crise hídrica”, detalhou o gerente da Casan de Balneário Piçarras, Lino José de Aviz Neto.
Casan, Águas de Penha e a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) criaram um comitê especial de crise para discutir medidas que busquem alternativas para a distribuição de água no município. De acordo da Epagri/Ciram (órgão oficial de meteorologia de Santa Catarina), o estado vem passando por uma estiagem que já é considerada a mais severa dos últimos anos.
“Foi criado um comitê sim, para trabalhar estrategicamente em paralelo, assim minimizando os efeitos da crise hídrica”, detalhou o gerente da Casan de Balneário Piçarras, Lino José de Aviz Neto. Além dele, o grupo é integrado pelo diretor executivo da Águas de Penha, Gabriel Buim, e pela analista de fiscalização e regulação da Aris, Joana Mayara Dysarz.
Nas últimas semanas, a Casan vem adotando diferentes medidas para garantir o abastecimento em Balneário Piçarras e Penha – uma vez que a concessionária vende a água tratada para o município vizinho. Porém, a cidade de Penha já vem registrando falta de água, apesar de medidas preventivas também adotadas pela Águas de Penha.
Conforme Fernanda Barreto, gestora operacional da Águas de Penha, a setorização do serviço de distribuição de água em 10 regiões da cidade e a adoção do sistema de monitoramento online no Centro de Controle Operacional (CCO) tem possibilitado à empresa ter uma melhor performance operacional do sistema neste momento de escassez hídrica.
“Apesar da estiagem prolongada, mesmo com a vazão reduzida na estação de tratamento, a Casan mantém abastecimento normal em Balneário Piçarras, e cumpre normalmente o contrato com a concessionária Água de Penha, com a água que é exportada para o município de Penha”, acrescentou Lino.
Quase todas as regiões do Estado estão com déficits acumulados, nos últimos 12 meses, superiores a 500 mm. O boletim hidrometeorológico da Aris mostra que, com o tempo seco, a situação se agravou, contribuindo bastante para quadro de estiagem que ocorre desde o final do ano passado.
Dados da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) mostram que as cidades catarinenses passam por um dos períodos mais críticos dos últimos 14 anos em relação à falta de chuva. Já o Relatório da Defesa Civil estadual aponta mais 60 municípios com pedidos de situação de emergência.
Ainda segundo a Fecam, a estiagem que afeta Santa Catarina poderá piorar nos próximos dias, já que as previsões meteorológicas não apresentam chuva considerável para o Estado. Na região, além de Penha e Balneário Piçarras, Barra Velha também enfrenta problemas de desabastecimetno. O Rio Itinga, principal manancial do município, está quase seco e a lagoa de reserva de água bruta está em seu nível mínimo.
FELIPE FRANCO, JORNALISTA