Recursos para trecho de duplicação da BR-280 em Jaraguá estão no fim

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Parte da solução para rodovia que liga o Planalto Norte ao Porto de São Francisco do Sul está debaixo da terra, em dois túneis que estão sendo construídos entre os quilômetros 65 e 66 da BR-280, dentro do Morro da Vieira, entre Jaraguá do Sul,Schroeder e Guaramirim, no Vale do Itapocu. A obra, iniciada em 2014, corresponde ao lote 2.2 das obras de duplicação da rodovia, em um desvio que contorna Jaraguá e liga a Rodovia do Arroz, em Guaramirim, à área urbana de Jaraguá.

No entanto, é possível que os trabalhos executados pela empreiteira Cetenco e fiscalizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes(Dnit) de Santa Catarina, tenham que ser paralisados nas próximas semanas se mais recursos não forem disponibilizados pelo Governo Federal: com o encerramento do mês de agosto, também a verba já concedida para este lote chega ao fim.

Por isso, na tarde desta quinta-feira, o supervisor regional do Dnit, Antônio Carlos Bessa afirmou diante de lideranças políticas e empresariais da região que é necessário que ocorra uma suplementação orçamentária para a primeira etapa das obras seguir até dezembro e ter continuidade em 2017.

Segundo o Dnit, o repasse necessário é de R$ 25 milhões para que a equipe contratada permaneça em atividades na construção dos túneis pelos próximos quatro meses. Até agora, foram escavados 850 metros do túnel esquerdo, dos 1.070 metros previstos no projeto; e 450 metros dos túnel direito, que terá 1.040 metros de comprimento. A obra avança, em média, quatro metros por dia.

Atualmente, os trabalhos estão focados no túnel direito, para que ele alcance o tamanho do outro, que não pode prosseguir enquanto não ocorrer o processo de desapropriação de um terreno — para o qual também não há dinheiro disponível.

— Precisamos da ajuda da comunidade para que não ocorra a descontinuidade da obra — avisou Bessa — Não podemos afirmar que a obra irá parar, mas esta é a tendência se não houver suplementação de verba.

Em 2016, o lote 2.2 da duplicação trabalhou com um orçamento médio de R$ 4,5 milhões por mês, enquanto o ideal seria R$ 15 milhões ao mês. Com este valor, o trabalho ficou restrito à abertura dos túneis e à terraplanagem — que é consequência da implosão, com a retirada das rochas —, enquanto outras obras poderiam ser realizadas naquele trecho simultaneamente.

Em maio, cerca de 300 funcionários dividiam-se entre a escavação dos túneis, a terraplanagem e as funções administrativas. Em agosto, este número já foi reduzido para 154. Para o ano que vem, a previsão é de R$ 20 milhões mensais para que o cronograma das obras atenda ao prazo estabelecido, que era de três anos.

Lideranças da região agendarão reunião em Brasília

Na reunião organizada pelo Dnit e pela empreiteira Cetenco na tarde de quinta-feira com as lideranças regionais, o supervisor regional Antônio Carlos Bessa reiterou que a concessão da rodovia para uma empresa privada não é a solução.

Segundo ele, esta só é uma opção para quando as obras de duplicação terminarem, garantindo a manutenção da rodovia, já que, uma concessionária que assumisse os três lotes teria que arcar com cerca de R$ 1 bilhão em custos e o pedágio, em um cálculo rápido, ficaria em pelo menos R$ 15 por eixo.

A opinião é compartilhada pela vice-presidente da Regional Norte da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Eluisa Hertel Maiochi. Ela foi a escolhida para liderar o grupo que pedirá o agendamento de uma reunião com o Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, para intermediar o pedido da suplementação orçamentária para o lote 2.2 da duplicação da BR-280 nos próximos dias.

— Esta obra é fundamental para o desenvolvimento da nossa região e da economia que geramos. Estamos trabalhando em cima da velocidade que ela precisa ter, porque contratos e licitações estão prontos e os recursos foram arantidos, então precisam ser cumpridos — afirma Eluisa.