Vereadores denunciam tratamento da Mary Kay a servidores da saúde durante expediente
Os vereadores Edson Lapa e Otto Quintino Jr. flagraram uma servidora fazendo limpeza de pele no horário que deveria estar trabalhando.
Servidoras públicas fazendo limpeza de pele durante expediente. Foi o que flagraram os vereadores Edson Lapa (PR) e Otto Quintino Jr. (PRB), na noite de quinta-feira (02), após receber denúncia. Os parlamentares fotografaram uma consultora da Mary Kay nas dependências do Centro Integrado de Saúde (CIS) de Itajaí realizando o tratamento de beleza em 03 (três) servidoras, em pleno horário de trabalho. A consultora apresentou um documento, que segundo ela autoriza a realização do procedimento nos funcionários da saúde, no espaço público. O documento está assinado por servidores da Secretaria Municipal de Saúde.
No documento – que se parece a um contrato -, o tempo estipulado para cada atendimento é de aproximadamente 25 minutos. Uma das fotos registradas pelos vereadores mostra uma servidora sendo maquiada pela consultora da Mary Kay e duas aguardando para serem atendidas. Homens também receberiam o tratamento, segundo informações repassadas aos vereadores. No entanto, não há unanimidade entre os servidores sobre o brinde.
Aos vereadores, os servidores relataram que o procedimento é permitido pela administração pública porque faz parte de um programa denominado “Cuidar de quem cuida”. Os funcionários efetivos reclamam do presente, porque segundo eles seria melhor o município melhorar as condições de trabalho a permitir tal prática.
Para o vereador Lapa trata-se de prática ilegal e imoral. “É incrível que exista um documento da Secretaria de Saúde que autoriza uma empresa privada a ocupar o espaço público para aplicar tratamento de beleza em servidores durante o horário de expediente”, comenta. O parlamentar faz questão de frisar que não são todos os servidores que aprovam a prática. “A população precisa saber que alguns servidores não aceitam esse tipo de coisa; eles mesmos disseram que consideram falta de respeito com quem fica aguardando para ser atendido”, revelou.
Os vereadores pretendem protocolar denúncia junto ao Ministério Público. “Vamos ao MP para que sejam tomadas as medidas legais. É inadmissível que esse tipo de coisa aconteça. Os próprios servidores denunciaram porque entendem que é ilegal e imoral. Já pensou se todas as empresas desejassem aplicar seus produtos em servidores públicos durante o horário de expediente? O serviço público nunca funcionaria bem desse jeito”, finaliza o vereador Otto.