Empresário afirma ser idealizador de projeto que foi apropriado pelos sócios da Dejour Floating Club
Um projeto inovador, que promete movimentar o turismo e a vida social de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, é o centro de uma polêmica jurídica envolvendo três empresários. Julio Vito Wykrota afirma ser o criador e investidor inicial do empreendimento, que teria sido apropriado indevidamente pelos ex-sócios, Reinaldo Oliveira e Lucas Araújo, dois dos quatro atuais donos do empreendimento Dejour Floating Club.
Segundo documentos apresentados por Wykrota, a ideia de criar um clube flutuante itinerante teve início em 2011, ao identificar uma oportunidade de mercado na cidade de Capitólio (MG). Após cinco anos de pesquisa de tecnologia, estudos de viabilidade e investimento em engenharia e arquitetura para validação do protótipo, com gastos na ordem de R$ 430 mil realizados exclusivamente por Wykrota, o empresário buscou novos investidores capazes de viabilizar o projeto. Foi quando iniciou uma parceria, primeiramente, com o promoter de eventos Reinaldo Oliveira, em 2016. A sociedade foi documentada com um termo de compromisso, sigilo e confidencialidade.
Dois anos depois, em 2018, Lucas Araújo, foi convidado por Wykrota a fazer parte da sociedade por ter alegado possuir capacidade de investimento e experiência em operações e marketing e, em seguida, foi apresentado a Reinaldo pelo próprio criador do projeto, que receberia o nome de AilhA Club. “O Lucas é de Juiz de Fora e o Reinaldo mora em Balneário Camboriú. Eles só se conheceram por meu intermédio e chegaram a mim pelo mesmo motivo: como potenciais compradores da estrutura flutuante canadense CanDock, que eu represento como distribuidor como forma de levantar recursos para o meu projeto”, conta Julio.
Acontece que pouco tempo depois de se conhecerem, de acordo com o empresário, os ex-sócios teriam começado a discordar das condições sugeridas para a divisão das partes, que tinham Julio Vito Wykrota como sócio majoritário, em reconhecimento à concepção da ideia e aos investimentos já realizados, e se recusaram a seguir com a sociedade. Após comunicarem o desligamento do projeto, foi com surpresa que Julio soube que os dois seguiram juntos, em sociedade, excluindo o inventor do projeto do clube náutico flutuante e dando sequência ao empreendimento com um novo nome, Dejour Floating Club, recebendo dois novos sócios, Marlon Cristiano e Álvaro Garnero.
“Foi um golpe que até hoje não consigo calcular, porque além de envolver todo o prejuízo financeiro, me sinto traído, apunhalado pelas costas. Eles não apenas divulgaram informações sigilosas, imagens, documentos e planilhas financeiras que eu desenvolvi, bem como do estudo de viabilidade da Moore Stephens feito todo em cima dos meus arquivos. Eles se valeram de tudo isso para desenvolver exatamente o mesmo projeto, me causando um prejuízo da ordem de centenas de milhares de reais, abalando minha credibilidade no mercado e roubando, acima de tudo, o meu sonho. Trabalhei por anos nesse projeto e só eu sei como foi difícil transformar essa ideia em um projeto viável e cheio de potencial”, conta Wykrota.
Documentação comprova versão
Após diversas tentativas de negociação e acordos – e tendo em vista que o projeto lançado no mercado como Dejour em 2019 começou a captar recursos de pequenos investidores via internet, por meio de uma fintech denominada Blox Investimentos – o empresário ajuizou ação cautelar junto à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte/MG (processo n. 5036614-72.2021.8.13.0024), pedindo a suspensão imediata da fabricação, divulgação, operação, alienação, celebração ou qualquer outra espécie de operação comercial relacionada ao projeto denominado Dejour Floating Club.
Anexados ao processo, estão o termo de compromisso e sigilo firmado com Reinaldo Oliveira em 22/03/2016, o projeto inicial, datado de 2011, o pedido de patente solicitado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) por privilégio de invenção em 22/02/2013, e o relatório do Estudo de Viabilidade do Projeto AIlha, realizado pela empresa Moore Stephens, especialista no assunto, em 2018, que comprova que os seus ex-sócios aderiram ao projeto quando todas as suas bases já haviam sido idealizadas e desenvolvidas, não deixando dúvidas quanto a ser Wykrota o idealizador do projeto.
Além da ação judicial, Julio Wykrota apresentou documentos que comprovam a abertura de um processo arbitral contra Reinaldo Oliveira, baseado no documento assinado por ambos.
Sobre o projeto lançado como Dejour
Com o lançamento previsto para o primeiro semestre deste ano, a plataforma flutuante itinerante projetada para receber 700 pessoas terá cerca de 950 m² ficará localizada a 250 metros da areia, próximo ao Molhe da Barra Sul.
Os principais setores da Dejour, assim como no projeto de Wykrota, seriam o Sun Lounge, com espreguiçadeiras de luxo voltadas para o mar, um Pool Lounge, com sofás próximos ao mar, e 12 camarotes com vagas para barcos de diversos tamanhos. Para chegar até a plataforma, além do acesso por barco particular ou jet ski, o clube afirma que irá oferecer um serviço diário de translado.
008 – Informações Dejour – Fotos e dados