Após a parceria bem-sucedida com o single “Anastácia”, a carioca Taslim e a cearense Luiza Nobel vão ganhar os palcos do país com o lançamento da turnê “Anastácia Tour”, que começa com shows nos dias 16, sábado, no Aparelha Luzia, em São Paulo, e 25 de julho, segunda-feira, na Casa do Nando, no Rio de Janeiro, ambos às 21h.
As artistas decidiram realizar o projeto que rompe barreiras de espaço e tempo, homenageando Anastácia e outras mulheres negras cantoras e compositoras, como Elza Soares, Dona Ivone Lara e Ludmilla. Incluindo canções autorais das artistas e versões de músicas conhecidas, a turnê tem o seu ponto de partida em julho a fim de celebrar o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado no dia 25.
No dia 16, a apresentação contará com a participação especial da cantora e compositora Zeferina e DJ Da Lu. Já no dia 25, terá a cantora, artivista e pesquisadora da musicalidade negra Azula, a cantora, atriz, DJ, apresentadora, modelo, mestra de cerimônia, produtora e ativista pelos Direitos Humanos das pessoas trans e negras Yara Canta e a DJ, estilista, produtora musical e cultural, pesquisadora das culturas de matrizes afro-brasileiras e africanas diaspóricas Bieta.
Início da parceria
Em fevereiro de 2022, a carioca Taslim e a cearense Luiza Nobel lançaram o clipe afrofuturista Anastácia (Mimoso Remix), que apresenta mundos distópicos e viagens no tempo, com sonoridade inspirada no pagodão e nos beats modernos da Bahia. Com roteiro escrito pela própria Taslim e figurino assinado por Luiza, o vídeo e a música são uma homenagem à mulher que ficou conhecida como Escrava Anastácia, uma importante personagem da história brasileira que tinha sua face coberta por uma máscara de ferro e se tornou símbolo de resistência entre o movimento negro.
O feat entre as duas artistas aconteceu no lançamento da versão remix da canção Anastácia, que foi produzida pelo produtor musical baiano Filipe Mimoso. A canção original faz parte do primeiro álbum de Taslim, Pretambulando. Nele, a artista leva os ouvintes por uma viagem musical pela história do povo preto. Passeando pelo afropop e soul, o disco traz canções autorais que carregam mensagens de representatividade do ponto de vista de uma mulher negra. Temas como amor, identidade e ancestralidade dão o tom da experiência musical, que contou com a produção de Roger Fraiha e William Magalhães.
Já Luiza Nobel vem trabalhando seu projeto #PretaPunk desde 2020, a partir da sua estreia com o lançamento de Estamos Bem, single produzido pela produtora e cantora Mahmundi. Com o desenvolvimento de um repertório autoral com influências do rap, pop, soul, jazz, blues, reggae, trap e R&B, a artista protagoniza e conta suas vivências, se apropriando do conceito do “faça você mesmo, não tente se encaixar no padrão do movimento punk”. Para ela, que já abriu o show de Elza Soares em Fortaleza, é muito importante ter mulheres negras realizando trocas e se fortalecendo.
Taslim, que tem como conceito guia de seu trabalho o afrofuturismo, acredita que essa é uma oportunidade de construir um outro futuro em que mulheres negras já movimentaram a sociedade, parafraseando a famosa frase de Angela Davis. “Para que as desigualdades acabem lá na frente, precisamos começar a construir agora. Então, ter duas mulheres negras de diferentes localidades do país no palco cantando outras mulheres negras e ainda seus projetos autorais é muito potente e transformador”, conclui a artista.
Serviço:
Anastácia Tour
Aparelha Luzia
Endereço: rua Apa, 78, Campos Elíseos, São Paulo – SP
Data e horário: Dia 16 de julho (sábado), às 21h
Entrada: pix colaborativo (chave: anastaciaemtour@gmail.com)
Casa do Nando
Endereço: Rua Camerino, 176, Centro, Rio de Janeiro – RJ
Data e horário: Dia 25 de julho (segunda-feira), às 21h
Entrada: R$ 10,00 (ingressos em https://www.sympla.com.br/
Taslim
Taslim é uma cantora, compositora, roteirista, poeta e escritora apaixonada pela cultura africana e negra, e traz em suas criações uma proposta afrofuturista musical e estética. Com destaque para os singles Anastácia (Mimoso Remix) e Pretinha, a multiartista tem um álbum lançado (Pretambulando) e participações em festivais em diferentes estados do país. Em sua trajetória, busca utilizar diferentes linguagens artísticas para criar narrativas onde pessoas negras e sua cultura estão em destaque.
Em seu currículo, traz apresentações em casas de shows do Rio e em festivais dentro e fora do estado. Taslim já participou de eventos como a SIM SP, cantou no Pelourinho, em Salvador (BA), acompanhada pela Didá Banda Feminina e se apresentou em festivais como Imune, Sonora, LBT+ e Som de Casa, entre outros. A artista também tem no histórico experiências de residência artística como a oficina de imersão na Fábrica de Musicais, em Salvador, e o processo de criação Projeto Colmeia, liderado por três artistas britânicas e sete brasileiras, todas mulheres negras, e que fez parte da programação do Tempo Festival.
Na mídia, seu trabalho tem sido destaque em jornais e revistas impressas como Extra (RJ), O Povo (CE), Raça, canais de TV como Multishow e blogs e portais online como UOL, IG, O Globo, Tenho Mais Discos Que Amigos, Brasileiríssimos etc.
Luiza Nobel
Luiza Nobel é cantora, arranjadora musical, compositora, atriz e leonina entregue ao olhar de quem a escuta. A artista traz, sobretudo, uma voz de liberdade e força, atravessada por sua vivência de mulher negra, gorda e LGBTQIA+.
Cearense, começou sua trajetória na música e no teatro ainda na escola, em 2008, participando de festivais estudantis. Na música, em 2014, Luiza lançou seu primeiro EP solo intitulado Classiporânea, com interpretações de compositores consagrados como Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Tom Jobim e Rita Lee. Já em 2017, integrou a Banda Luiza e a Casa dos 30 com a qual lança o EP Fora da Toca, de composições autorais.
Em 2019, fez parte do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes com tutoria da artista Mahmundi, compondo seu primeiro show autoral Um corpo sem voz em busca de voz, com os músicos Zéis e Glauber Alves. Também em 2019 vence o Festival de Música da Juventude, além de abrir o palco no Festival Elos para Elza Soares, referência para a música negra brasileira.
Com seu show solo Baile Preto, levou ao carnaval de Fortaleza, em 2020, um show ímpar, divertido e engajado. Ainda naquele ano fez uma breve passagem por São Paulo, onde apresentou seu show autoral no Aparelha Luzia, quilombo urbano que recebe arte preta no estado.