2ª edição da competição nacional reúne atletas de todo o País em provas de atletismo, corrida de rua e caminhada, natação, tênis, tênis de mesa, ciclismo e triatlo virtual.
Curitiba recebe de 01 a 04 de setembro a 2ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados. O evento irá reunir atletas transplantados de todo o País e da América Latina para competir em sete modalidades: atletismo, corrida de rua ou caminhada, ciclismo, natação, tênis, tênis de mesa e triatlo virtual. Os Jogos são realizados pela Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), com acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), entidade que dá apoio e orienta as pessoas que passaram por um transplante em todo o Brasil.
A competição, como o próprio nome já diz, reúne atletas que passaram por um transplante e assim ganharam novo significado para sua vida, e nesta 2ª. edição também contará com doadores efetivos de órgãos e tecidos. O principal objetivo, além de reunir essas pessoas e ressaltar a importância da atividade física, é aumentar a percepção do público geral sobre a importância da doação de órgãos. Sabe-se que no Brasil 43% das famílias ainda não permitem a doação.
A primeira edição dos Jogos aconteceu em 2019 e reuniu cerca de 60 atletas transplantados, de 7 a 73 anos de todas as regiões do País. A competição também tem uma edição latino-americana e outra mundial e Curitiba foi a pioneira em um campeonato nacional. Em razão da pandemia os Jogos ficaram dois anos suspensos e agora, em 2022, voltam a acontecer na capital paranaense.
Marcelo Fachinello, vereador de Curitiba que auxiliou na organização dos Jogos desde a primeira edição, em 2019, destacou a importância do evento. “Além de ser uma competição esportiva muito bacana, os Jogos para Transplantados trazem mensagens muito importantes. A primeira é mostrar que quem passou por um transplante pode e deve continuar praticando atividade física. E também, claro, não podemos deixar de falar sobre a conscientização. A doação de órgãos é extremamente importante e um assunto que deve ser falado por todos. Doar órgãos é dar uma chance de uma nova vida a alguém que necessita”.
Edson Arakaki, presidente ABTx, ressalta ainda que a realização do evento é muito importante para também mostrar às pessoas que é possível ter uma excelente qualidade de vida após o transplante. “Esse é um evento esportivo diferente de tudo que já se viu. Isso porque temos uma dupla função. Temos que falar cada vez mais sobre a doação de órgãos e tecidos, que é um assunto importantíssimo para ser conversado em toda família. Além disso, para nós transplantados, o esporte significa qualidade de vida. O esporte é saúde e para quem fez transplante não é diferente. Podemos e devemos praticar”, comenta.
Dentre os principais benefícios da atividade física estão o combate ao excesso de peso; a melhora na autoestima; diminuição da depressão, estresse e cansaço; aumento da disposição; fortalecimento do sistema imune; melhora da força e resistência muscular; fortalecimento dos ossos e das articulações; diminuição do risco de doenças cardiovasculares.
A 2ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados conta com o apoio da Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, do Instituto #deixevivo, Instituto Gabriel, Instituto Sangue Bom, Instituto Sou Doador,
Liga Atletas TX e o Se Mexe Tx.
SOBRE AS PROVAS
Os Jogos para Transplantados serão divididos em provas para adultos, juniores e para crianças. Os atletas da categoria infantil e júnior, de todos os tipos de transplantes, competirão pelas seguintes faixas etárias (sem separação por gênero): sub13 – até 13 anos (infantil), Sub17 – 14 a 17 anos (juniores). As modalidades de competição infantil são o Pentatlo Infantil (Circuito) composto por Lançamento de pelota (250g), Lançamento de dardo (dardo plástico sem ponta, adaptado – 70cm/300g), 50m rasos, Salto em distância e Corrida de agilidade (25m entre cones) e nado livre 25m. E as crianças até 13 anos também competem nos 25 m de nado livre.
Para os juniores terá atletismo (100m, 200m, 400m e 800m), natação (livre 50m e 100m, peito 50m e 100m e costas 50m e 100m), tênis e tênis de mesa.
Já os atletas adultos, independente do tipo de transplante, irão competir por gênero nas seguintes faixas etárias: 18-35, 36-49, + de 50 anos. Eles poderão optar por competir em até 5 provas nos Jogos. Na modalidade atletismo estão disponíveis: 100m, 200m, 400m e 800m. A Corrida de Rua ou Caminhada será de 5 km. O ciclismo será de 20 km. A natação terá as modalidades: Livre 50m, 100m e 400m, Peito 50m e 100m, Costas 50m e 100m. Tênis e tênis de mesa apenas a categoria simples. Já o triatlo virtual será composto pelas modalidades corrida, ciclismo e natação.
As competições serão em diferentes locais de Curitiba como a Pista da Universidade Federal do Paraná – Centro Politécnico (atletismo), Velódromo de Curitiba (ciclismo), Parque Náutico (corrida e caminhada), Clube da Gente Santa Felicidade (natação), Centro de Esportes e Lazer Xaxim (tênis) e Ginásio do Tarumã (tênis de mesa).
Os três primeiros colocados de cada faixa etária ganham medalhas. Em eventos que envolvem classificação antes da final (Tênis), as medalhas de bronze duplicadas serão concedidas a ambos os semifinalistas perdedores.
Programação
01/09 a partir das 18h30: Cerimônia de abertura.
Local: Praça Oswaldo Cruz, S/N – Centro, Curitiba / PR
02/09 a partir das 8h: Ciclismo
02/09 a partir das 14h: Tênis e tênis de mesa
03/09 a partir das 8h30: Natação
03/09a partir das 13h30: Atletismo
04/09 a partir das 8h: Corrida de Rua
DESAFIO SANGUE BOM
Um dia antes dos Jogos iniciarem acontece ainda o Desafio 200 Sangue Bom. A ideia é promover mais um encontro entre o paranaense de Rio Azul Luiz Eduardo Pereira, de 29 anos, que doou medula para o Professor sul-mato-grossense, Professor Carlão, de 59 anos. Juntos eles irão percorrer 200 km pedalando entre as cidades de Rio Azul-PR até a capital do Estado, Curitiba. O desafio inicia no dia 31 de agosto e a chegada será no dia 01 de setembro, exatamente na Abertura dos Jogos Brasileiros para Transplantados (JBTx) na Praça Oswaldo Cruz, no centro de Curitiba.
Dudu e Carlão tiveram suas vidas conectadas em novembro de 2016. Carlão, diagnosticado com uma doença sanguínea passou pelo transplante de medula, doada por Luiz Eduardo, o Dudu. Desde então, os irmãos de sangue, como eles costumam se chamar, criaram um vínculo especial. Eles se conheceram pessoalmente em novembro de 2019, na 1ª Edição dos Jogos Brasileiros dos Transplantados, realizada em Curitiba – PR. O esporte, inclusive, é um dos principais elos entre os dois para levar informações sobre a doação de sangue, medula e órgãos.
“O esporte é parte da minha história e ao lado do Dudu, estamos utilizando como ferramenta para levar esta consciência e a importância que vai além de salvar uma vida, mas também impacta em todos os familiares, amigos e sociedade em geral. O esporte reinsere os indivíduos transplantados na sociedade, com saúde e bem-estar, e cria elos entre famílias e todos os envolvidos”, considera Carlão.
Após o desafio ambos participam dos Jogos Brasileiros para Transplantados na corrida de 5km. Além disso, o Prof. Carlão vai competir representando Campo Grande e Mato Grosso do Sul nas modalidades de atletismo e ciclismo.
O Desafio 200 Sangue Bom é uma ação do Instituto Sangue Bom, entidade fundada pelo Prof. Carlão que já realizou 1.700 ações solidárias em seus quase seis anos de história. Apenas em 2022 já foram mais de 300.
SOBRE A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
– Antes da pandemia da Covid-19, a cada um milhão de brasileiros, 18 eram doadores. Com a questão do vírus, o índice caiu para 16 pmp (doadores por milhão da população). Isso fez aumentar ainda mais a fila de pessoas que esperam pelo gesto que pode garantir a vida.
– Em 2019, a fila de espera por órgãos estava em aproximadamente 38 mil pessoas. Hoje, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), o número aumentou cerca de 30%, chegando a quase 50 mil pessoas à espera de um transplante.
– De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cirurgias de córnea e rim reúnem o maior número de pacientes na espera.
– Para ser doador de órgãos no Brasil, é preciso comunicar a família, pois somente parentes podem autorizar a doação. A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida. Um único doador pode salvar mais de dez pessoas doando órgãos e tecidos, como córneas, coração, fígado, pulmão, rins, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. Além de avisar a família, o interessado na doação de órgãos pode fazer o cadastro no site da Adote.
Mais informações: www.jbtxcuritiba.com.br | www.abtx.com.br