Mesmo sem perder em casa, a sequência de empates no Heriberto Hülse tem deixado o torcedor carvoeiro insatisfeito. Diante do Luverdense, na noite de ontem, o Criciúma empatou em 2 a 2 pela Série B do Brasileiro, e mesmo com a conquista de um ponto, o placar teve gosto de derrota. Aos 20 minutos do primeiro tempo, o dono da casa já havia marcado duas vezes, mas não o suficiente para segurar a equipe mato-grossense.
No intervalo, nenhuma das equipes mexeu, mas o Criciúma voltou sem entrosamento do vestiário. O gol contra de Barreto, que encerrou a primeira etapa do jogo em 2 a 1 para o Tigre, abalou os jogadores, que demoraram para entrar no jogo na etapa final.
— O time esteve bem, até os 30 minutos tivemos mais uma cabeçada com Gustavo, 2 a 0, tivemos uma boa troca de passes, mas não com objetividade, e na hora que tomamos o gol, no finalzinho, é lógico que é normal o crescimento do Luverdense, eles acreditaram mais. O nosso time também é normal se abater um pouco, quando se toma um gol da maneira como tomamos tira o equilíbrio, preocupa mais, a confiança, então isso nos prejudicou um pouco. No intervalo eu conversei com eles pra ter paciência, tranquilidade, e mais atenção pra não tomar o gol — explicou o técnico Roberto Cavalo. Como o time não estava demonstrando melhora ao longo do tempo, Cavalo resolveu fazer algumas substituições. Adalgísio Pitbull entrou no lugar de Ferron, Jheimy substitui Barreto e Ricardinho entrou para a saída de Juninho.As alterações tinham como objetivo melhorar o meio campo e fortalecer o ataque,mas não corresponderam á expectativa da comissão técnica.
— Naquela hora nós arriscamos um pouco mais, tem que se expor, nós queríamos a vitória. Pelo desgaste, pelo resultado, o jogo fica mais nervoso, principalmente pra quem joga em casa pegando seu torcedor. Da mesma maneira que a torcida saiu triste demais, se você for ver o nosso vestiário, ninguém fala. A gente tem que recuperar a autoestima desses jogadores, entender que o campeonato é difícil, ta nivelado e todo mundo está se preparando mais forte na competição.
Em boa parte do segundo tempo, a torcida cobrou mais ânimo do time. Em alguns grupos, ensaiou-se um grito de ¿mais raça¿. Perto do final da partida, além das vaias, foi possível ouvir alguns gritos de olé quando o Luver tocava na bola.
— Nós sentimos como eles, não tem como você aplaudir ou sair rindo, o Criciúma é time grande, time grande que tem torcida que cobra, é porque quer chegar, e nós temos que ter inteligência o suficiente pra entender isso. Nós vivemos o dia a dia, trabalhamos, agora pode ter certeza, ninguém mais do que nós que vencer, lutamos, sofremos, mas é o futebol, e assim vai ser até o final do campeonato.
O próximo desafio do Criciúma é no sábado que vem, às 16h, no Castelão, em Fortaleza. O Tigre encara o Ceará, que está no G-4, e além do confronto direto pelo acesso, também vai em busca da segunda vitória fora de casa no campeonato.