Mulheres mais sobrecarregadas: como o burnout afeta o dia a dia

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Looks like someone needs to go home and rest

O ritmo acelerado da vida moderna, somado às múltiplas responsabilidades que recaem sobre as mulheres, têm gerado uma carga emocional e física excessivas, resultando em esgotamento e impactos negativos no seu dia a dia. Conhecida como burnout, essa síndrome é a consequência de sobrecargas que quando se acumulam causam diversas complicações no dia a dia.

 

Apesar de o cenário econômico turbulento e o aumento da carga de trabalho em todo o mercado, as mulheres são as mais afetadas pelo acúmulo de funções. Segundo pesquisa realizada pela consultoria EDC, cerca de 24,64% das mulheres sentem-se angustiadas e ansiosas com o volume excessivo de trabalho. Para os homens, cerca de 15,96% dos profissionais entrevistados apontam a sobrecarga.

 

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é caracterizada pela exaustão extrema, esgotamento e estresse resultantes do trabalho excessivo. Esse distúrbio emocional tem como principal causa o excesso de trabalho, ambientes altamente competitivos e funções desgastantes.

 

Além do estresse crônico causado no âmbito profissional pela sobrecarga e falta de reconhecimento, as mulheres possuem alta demanda em tarefas domésticas e sentem-se pressionadas pela sociedade, enquanto os homens sofrem menos pressão social para cumprir esse papel. Apesar de atualmente muitos lares possuírem divisão de tarefas, o papel da mulher dentro de casa ainda é visto como obrigatório, ocasionando pressão mental e sobrecarga.

 

Entre os principais sintomas da doença, estão dificuldade de concentração, autoestima baixa, dores de cabeça, diminuição da qualidade do sono, alterações no apetite, cansaço físico e mental, negatividade, insônia, alterações hormonais, entre outros. Segundo levantamento realizado em 2021 pela Women in the Workplace, cerca de 42% das profissionais do sexo feminino entrevistadas apontaram algum sintoma da doença.

 

Comprometendo a vida pessoal e profissional, a doença pode causar problemas psíquicos de curto a longo prazo. No ambiente familiar, o burnout é responsável pela criação de conflitos e agressividade. Além disso, em determinados estágios da síndrome, é possível que mulheres que sofrem com essa condição desenvolvam dependência de substâncias como álcool e drogas.

 

Apesar de ser uma síndrome emocional, o alto teor de estresse e ansiedade constante proporciona condições físicas; entre os problemas apresentados no dia a dia pelas pacientes, estão relatos de crises de asma, dores musculares, problemas na pele e no intestino.

 

O tratamento do burnout consiste em psicoterapia para combater a ansiedade, depressão e demais sintomas. Em casos mais graves, o uso de remédios pode auxiliar a paciente no controle do estresse. O acompanhamento com psicólogo e psiquiatra também é recomendado.

 

A fim de diminuir os riscos para a doença, é fundamental que o ambiente de trabalho seja menos tóxico e com divisões igualitárias de tarefas, além de garantir comprometimento com a igualdade salarial entre os sexos. Oferecer aos funcionários qualidade de trabalho e benefícios corporativos como convênios médicos, auxílio-creche, descontos em estabelecimentos que oferecem serviços de lazer, academias, entre outros, garante bem-estar e qualidade de vida às colaboradoras.

 

Na vida pessoal, é preciso que a mulher diminua sua carga mental. Para isso, profissionais recomendam a prática de atividades físicas, yoga, além de acompanhamento psicológico constante.

Créditos: iStock