Agregar a tecnologia em treinamentos, processos de contratação e tornar a equipe mais diversa são algumas das atualizações necessárias na área
As pessoas, assim como os sistemas, precisam se atualizar para estar em dia com todas as ferramentas e habilidades que tornam o dia a dia mais prático. Mas, ao contrário das máquinas, essa atualização não vem de forma automática, e precisa ser buscada. Para alcançar sua versão 2023, o profissional de Recursos Humanos (RH) precisa pesquisar novidades do mercado e procurar antecipá-las.
Aprender e compreender essas novidades garante não só o sucesso do ambiente profissional na empresa, como também mantém a competitividade. Uma companhia que se destaca nesses aspectos atrai, recruta e retém grandes talentos que podem alavancar o crescimento do negócio.
O RH procura ser cada vez menos burocrático e mais estratégico, e tem como foco o colaborador. A satisfação dos funcionários é um marcador importante para o sucesso da empresa. Tendo isso em mente, é preciso conferir outros marcadores que são tendência para o setor do RH e que podem contribuir para o desenvolvimento da empresa.
1. Capacitação de colaboradores
A busca pelo conhecimento e pela atualização na área profissional nunca deixou de ser um dos destaques para a melhoria dos resultados no ambiente de trabalho. O bom RH, além de se capacitar, também deve incentivar a cultura da aprendizagem constante na empresa.
Como treinamentos exigem recursos, não é necessário fazer todo treinamento disponível, ainda mais aqueles que pesam demais no orçamento. É preciso realizar uma filtragem das habilidades e aprendizagens necessárias para trazer inovação na empresa ou para atender as necessidades que estão surgindo no mercado.
O RH deve fazer essa filtragem e descobrir a melhor forma de repassar o treinamento aos colaboradores. Um olhar atento também é obrigatório para saber como adaptar esses aprendizados relativos às tendências para a realidade da empresa, ou seja, aplicando personalização.
2. RH estratégico
Com o surgimento da pandemia de Covid-19, muitas empresas tiveram que agregar as formas de trabalho híbrido e gestão de pessoas e serviços à parte tecnológica. E essas ferramentas se tornaram tendência desde então.
A forma de gestão chamada de “RH Data-Driven”, baseada em sistemas de RH, utiliza análises feitas com base em dados para a melhor tomada de decisão nos negócios. As informações coletadas por esses aliados digitais são organizadas e apresentam uma visão mais objetiva sobre a empresa.
Por meio dessas ferramentas, é possível administrar folhas de pagamento, controle de ponto, observar o engajamento da equipe, assim como as necessidades de cada funcionário e fazer um recrutamento mais eficiente. As ferramentas são um meio de reduzir parte da sobrecarga do RH e permitir que esses profissionais tenham uma atenção maior aos colaboradores.
3. Fortalecimento da cultura da empresa
Assim como toda empresa tem necessidades e realidades próprias, ela também tem valores e regras para o bom funcionamento. São esses princípios que vão guiar as decisões do profissional de RH e como personalizar as novidades que devem ser trazidas para a empresa.
Essa cultura empresarial é o que permite que os funcionários atuem como células importantes de um grande organismo que desempenha várias funções. O RH é o principal mediador para que essas “células” estejam em harmonia.
Então, é importante para o mediador conhecer funcionários em todos os níveis da hierarquia, do CEO ao colaborador terceirizado, assim como pontos fortes e outros a serem reforçados nessas pessoas. Isso é trabalhar para a saúde do “organismo”.
Quando o assunto é saúde, é importante prestar atenção especial em cada integrante desse conjunto. Doenças provocadas pela exaustão no trabalho, como burnout e depressão, são assunto constante nos noticiários e uma realidade que afeta o meio empresarial.
4. Motivar de forma humanizada
Com a ajuda dos sistemas de RH para permitir uma aprendizagem mais precisa e personalizada sobre os colaboradores, os treinamentos podem ser adaptados para melhor atender cada colaborador. Dessa forma, é possível também engajar os funcionários para manterem-se motivados no processo de aprendizagem.
Uma das formas de estimular o funcionário é a cultura do feedback. Muitos membros do time empresarial podem sentir-se perdidos em relação ao serviço prestado e acabam surpreendendo-se com resultados negativos. Também pode ocorrer o contrário: o trabalhador pode ficar desmotivado ao ter um resultado positivo e não ter o bom trabalho reconhecido.
As reuniões de feedback podem ser um espaço para diálogo sincero e construtivo. Trazer esse momento para os negócios pode ajudar a reter talentos e lideranças, assim como a alcançar mais facilmente algumas metas.
5. Formação de líderes
Mais do que a capacitação de funcionários, a empresa precisa investir na formação de líderes, que consigam ser a cara da empresa nas relações com os clientes. O líder também é a pessoa capaz de engajar a equipe, não por meio de uma posição alta na hierarquia, e sim devido à capacidade de convencimento, argumentos e bons exemplos.
Por causa de inseguranças, alguns funcionários com habilidades de liderança podem não ser capazes de se reconhecer como líderes. O papel do RH pode ajudar nessa identificação e também no desenvolvimento de outras técnicas de liderança, fazendo o futuro líder se sentir mais seguro.
Oferecer programas de capacitação, mentoria e até mesmo alguns tipos de coaching pode ser eficaz. Complementando a cultura do feedback, o investimento na formação de lideranças pode ser mais um passo para a empresa formar vínculos profundos com os funcionários e deles com os clientes.
6. Trabalho flexível
Após o retorno ao trabalho presencial, com a melhora da situação da pandemia do coronavírus, alguns funcionários passaram a preferir o trabalho híbrido ao 100% presencial. Uma pesquisa da Google Workspace revela que 65% dos entrevistados informaram trocar seu emprego presencial para trabalhar de forma híbrida.
A preferência está associada a diversos motivos, e um deles é a busca pela melhor qualidade de vida, redução do estresse com trânsito e preparo da própria refeição, por exemplo. Outro é o equilíbrio entre afazeres pessoais e serviço, pois, quando os tempos dessas funções são bem administrados, sobra mais para a produtividade.
Confiar no trabalhador para administrar a própria jornada gera mais satisfação para o beneficiado ou a beneficiada e reflete nos resultados. Ao mesmo tempo, é importante manter a comunicação interna forte e presente nos períodos de trabalho não presencial, para evitar interpretações e informações confusas.
7. Treinamentos de fácil acesso
As gerações mais recentes no mercado de trabalho, como a Z, têm grande afinidade com a tecnologia e gostam desta ferramenta pela praticidade que traz ao dia a dia. Esse pode ser, então, um recurso para tornar os treinamentos mais atrativos para esses profissionais.
O treinamento digital se destaca pela flexibilidade oferecida e por ser mais acessível. O profissional que procura capacitação pode acessá-lo a qualquer momento ou lugar em que estiver mais disponível para dedicar atenção total à sua formação.
Para a empresa, também é um treinamento que exige menos gastos com infraestrutura e passa a imagem de que o negócio está atualizado em relação às novidades do mercado. O RH moderno igualmente se mostra atualizado e incentiva essa prática.
8. Empresa mais diversa
A preferência pelo trabalho híbrido mesmo no período pós-pandemia revela que as pessoas passaram a focar mais em qualidade de vida, e isso envolve a qualidade no ambiente de trabalho. As empresas e os líderes que as gerenciam devem procurar então essa melhoria para atrair talentos.
Para isso, é preciso atenção especial nas necessidades de cada colaborador e cliente. Esse foco em cada indivíduo significa respeitar as diversidades, trazendo pessoas LGBTQIAPN+, mulheres, negros, indígenas e pessoas com deficiência (PcDs), por exemplo, e observar as diferentes demandas dos grupos minorizados.
A diversidade de funcionários traz pluralidade de ideias para o negócio, ajudando também a contemplar diferentes necessidades dos clientes. Isso contribuiu também para o desenvolvimento da cultura empresarial. Dessa forma, é preciso que as equipes de RH se capacitem para desenvolver e aplicar projetos que tragam a diversidade para a empresa.
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