Ateus elaboram manual que ensina alunos a confrontarem a religião nas escolas

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A lei escocesa exige que as escolas públicas do país abram espaço para seis aulas religiosas por ano — sendo que alguns diretores podem escolher abrir ainda mais sessões.

Para confrontar a ação, representantes da Sociedade Humanista da Escócia (HSS, na sigla em inglês) estão fornecendo um manual para os pais que se opõem à influência religiosa nas escolas.

A organização desenvolveu dois materiais diferentes: o “Guia Para Pais Não-religiosos” e o “Guia Para Jovens Não-religiosos”. Os livros orientam os pais e jovens a optarem por não fazer parte da aula religiosa — um recurso que já é aplicado pelas escolas — e a fazerem denúncias, caso os alunos sintam que seus direitos não foram respeitados.

De acordo com a HSS, o objetivo dos manuais é ajudar a “capacitar os dois terços de jovens não-religiosos da Escócia”. “Muitas pessoas em toda a Escócia se sentem desconfortáveis em relação ao conteúdo religioso no sistema escolar, mas não conhecem seus direitos legais”, disse ao site Christian Today a diretora de comunicações da organização, Gary McLelland.

McLelland revelou que a HSS pretende substituir as aulas religiosas por uma atividade mais abrangente, como a filosofia. “Até lá, vamos nos certificar de que todos os pais e jovens estão conscientes dos seus direitos”, disse ela.

Os líderes do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) indicaram que não pretendem mudar as leis que permitem a prática religiosa nas escolas.

O sistema de educação da Escócia é descentralizado, permitindo uma variedade de estilos dentro das sessões religiosas. Segundo o Christian Today, nas escolas urbanas, as aulas tendem a ser menos religiosas, contando com “mensagens de reflexão” levadas por sacerdotes cristãos. Já nas áreas rurais, as sessões são tradicionalmente presbiterianas, executadas por ministros da igreja escocesa.