O Festival Santos de Longboard terá um nível técnico de mundial. Chloé Calmon, do Rio de Janeiro, atual terceira melhor do Mundo, e Atalanta Batista, de Pernambuco, que terminou em quinto lugar no ranking da World Surf League – WSL, estão confirmadas no evento, que será disputado na quinta e sexta-feira (21 e 22), na Praia do José Menino, junto ao Quebra-Mar, no Parque Municipal Roberto Mario Santini.
As duas atletas têm como objetivo comum o título mundial no final do ano e encaram a disputa santista como um grande incentivo ao resgate e crescimento da modalidade. “Sem dúvida, a presença das duas engrandece o evento. Elas sabem do objetivo do evento, de fortalecer o longboard e quem ganha é o público, que assistirá grandes apresentações”, afirma o diretor técnico do evento, Mauro Rabellé, também head judge do Mundial de Longboard da WSL.
Para Chloé, a competição é um momento especial. Ela acaba de retornar da Austrália, onde venceu a primeira etapa do LQS, superando a atual campeã mundial. “Estou muito animada para competir no Festival, pois é um grande passo para resgatar a modalidade. Faz tempo que eu não participo de disputas no Brasil e vai ser muito legar rever toda a galera de vários estados e lembrar de quando comecei nesses eventos com uns 12,13 anos de idade. Fiquei muito feliz ao receber o convite do Rabellé para participar do evento”, comenta.
Local da Praia da Macumba, no Rio de Janeiro, conhecido reduto de longboarders, a terceira melhor do Mundo estará à vontade em Santos. “Adora a onda do Quebra-Mar e acho que é perfeita para o longboard. Já surfei em mar pequeno e grande e, em ambas as condições, as ondas eram muito longas e divertidas. Segundo a previsão, parece que teremos boas ondas. Vai ser demais surfar em Santos, com mais algumas meninas na água”, diz.
“Acabei de voltar da Austrália, onde ganhei o primeiro LQS do ano, competindo com várias atletas do circuito mundial. Logo, competir em Santos, junto com a Atalanta que também é do circuito, será uma ótima oportunidade para continuar meus treinamentos, visando o mundial na China em dezembro”, afirma a surfista de 21 anos, patrocinada por Roxy, Furnas Energia, Mitsubishi Motors e com apoios de Alma Quilhas, GoPro e Sticky Bumps.
Atalanta também demonstra muita animação com o retorno de campeonatos da categoria. “O longboard está muito carente de competições no Brasil. Independente disso, estou sempre bem treinada para estar pronta para as competições que aparecerem. Não vamos desistir do longboard. Esse campeonato será muito importante”, diz a tetracampeã brasileira e bi sul-americana, que tem boa recordação de Santos.
“Venci a quarta etapa do Brasileiro Profissional em 2011 em Santos. Quero surfar o meu melhor, mostrar o meu potencial e vencer”, destaca a surfista da Baia de Maracaípe, em Ipojuca, enaltecendo o nível técnico que a competição terá. “Não considero a Cholé uma rival e sim uma colega de profissão. Gosto muito do estilo dela surfando e quando nos encontramos, o nível de surf fica bem interessante para quem está assistindo. Já nos enfrentamos muitas vezes e sempre com muito respeito dentro e fora d’água”, relata a surfista de 25 anos, patrocinada por Lufi e Prefeitura de Ipojuca.
INÍCIO
Além de destaques mundiais e cotadas ao título deste ano, Chloé e Atalanta têm em comum o início nos pranchões, com incentivo familiar. “Comecei por influência do irmão, Halley Batista. Depois da minha gravidez, comecei a surfar de funboard, gostei e comecei com o longboard. Foi amor à primeira remada e casamento no primeiro bico (risos). Hoje em dia minha família respira surf. Meus dois filhos, Davi e Daniel também estão seguindo o mesmo caminho. Muito orgulho deles”, conta.
“Ganhei minha primeira prancha, um funboard, aos 11 anos. Com 12, peguei o longboard do meu pai emprestado e me apaixonei logo na primeira onda. Desde então, não larguei mais o pranchão”, lembra Chloé. “O que eu mais gosto é a versatilidade. Hoje em dia tudo é possível em cima de um longboard. Sem contar que o surf feminino se encaixa perfeitamente, pois é uma maneira sutil e delicada de surfar uma onda”, acrescenta a surfista carioca.
“Vejo o longboard em constante ascensão no Brasil. É sempre legal ver novos rostos na água e, principalmente, mulheres de todas as idades. Infelizmente não temos tantos eventos por aqui para aproveitar tantos talentos que temos pelo país. Sou local da Praia da Macumba, o reduto do longboard no Rio de Janeiro, e vejo um movimento forte de volta às origens: muita gente surfando com prancha clássica e visando o estilo mais tradicional do longboard, atentando mais à postura do corpo e a sutileza ao surfar’, completa Chloé.
Além da feminina, o Festival Santos de Longboard terá em disputa as categorias open, júnior (até 20 anos), kahuna (45 a 49 anos), gran kahuna (50 a 59 anos) e pioneiros (60 anos em diante). O evento tem início marcado para quinta-feira, às 8 horas e as finais na sexta, a partir das 11h.
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