9 bilhões a menos em relação ao ano anterior. Não obstante a queda, o mercado de armas convencionais em 2016 movimentou um valor colossal em torno de 80 bilhões de dólares.
Encabeçam a lista dos maiores vendedores os Estados Unidos, com quase metade das vendas, e um incremento de 6 bilhões. O segundo lugar é ocupado pela França, com 15 bilhões e um incremento de 9 bilhões, seguida pela Rússia com 11,1 bilhões (com ligeira queda de 100 milhões) e a China, que se manteve nos 6 bilhões.
Entre os maiores compradores está o Catar – com 17 bilhões em gastos – seguido pelo Egito, com 12 bilhões e Arábia Saudita, com 8 bilhões. Todos países localizados no barril de pólvora que é o Oriente Médio. Outros “bons compradores” são Coreia do Sul, Paquistão, Israel, Emirados Árabes Unidos e Iraque.
Os dados foram revelados por um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisas do Congresso de Washington, publicado na segunda-feira, 26. Em entrevista à Rádio Vaticano, a pesquisadora e consultora para as Relações Institucionais do Arquivo de Desarmamento, Laura Zeppa falou sobre a questão:
“O setor, infelizmente, não conhece crise. Existem tendências de queda, determinadas por uma crise econômica global, porém este setor permanece florescente. Naturalmente, existe uma tentativa de controle, por parte de tantas entidades, organizações não-governamentais, associações e também dos próprios Estados que são sensíveis a tal tema; porém, depois, prevalece sempre a política do incremento este setor – muitas vezes sob a forma de pesquisa, porque se diz, que fazendo pesquisa militar, depois haverá também desenvolvimento de pesquisa na pesquisa civil. Na realidade, se prossegue porque as indústrias militares existem, são florescentes e talvez não se prospectam outros mercados e portanto as atenções econômicas e políticas se voltam ao incremento deste setor que, repito, é florescente”.
A União Europeia, em particular, o que fez ou está fazendo?
“Está levando fortemente em consideração a possibilidade de inserir nos próprios balanços uma notável parte dos próprios fundos para o desenvolvimento da pesquisa no setor militar. Uma recente Resolução do Parlamento Europeu de 22 de novembro passado –sobre diversas temáticas em relação à Defesa europeia – mostra precisamente como, talvez também à luz das recentes eleições americanas, a União Europeia está levando seriamente em consideração tornar-se sempre mais um sujeito independente ou ao menos menos dependente daqueles que são os recursos dos Estados Unidos. E talvez esta intenção por parte da União Europeia de empregar parte dos próprios recursos na pesquisa militar – algo que até agora nunca havia acontecido – se está precisamente inserindo nesta tentativa de fazer frente a uma menor participação por parte dos Estados Unidos”.
Dra. Zeppa, os negócios e os interesses que estão por trás do comércio de armas sempre têm razão sobre qualquer outra instância para pacificar este nosso planeta?
“O interesse monetário, econômico e o poder que se cria e que brota deste mercado – neste momento – parece predominar sobre qualquer outro interesse. Porém, na realidade, não é a solução para fazer frente a este momento de grande crise e de grande sensação de insegurança. Antes pelo contrário, é um alimentar a mais a insegurança, da qual normalmente este comércio de armas é o primeiro beneficiário: se está autoalimentando com o próprio medo que ele gera”.