Após a rebelião de quinta-feira, 82 detentos foram transferidos do Presídio Regional de Lages, na Serra de Santa Catarina. O preso Adrian Lopes da Silva é o único entre os feridos que permanece internado no Hospital Tereza Ramos, mas o estado de saúde atual dele não foi informado. Há informação que teve 40% do corpo queimado no incêndio provocado depois que presidiários atearam fogo em colchões.
Os transferidos foram para cadeias de Porto União, Chapecó, Caçador, Criciúma e São Cristóvão do Sul. O juiz da Vara de Execuções Penais de Lages, Geraldo Corrêa Bastos, disse que novas remoções devem acontecer a partir de segunda-feira, quando fará uma conversa com os detentos.
O magistrado afirma ter sido o principal responsável pelas negociações que culminaram com o fim do motim, na tarde de quinta. A superlotação na unidade, com capacidade para 130 detentos, mas abrigava 267, foi a motivação do tumulto, conforme o juiz.
— Eles reclamavam da superlotação, queriam ocupar espaço, chamar a atenção diante da questão nacional que vem acontecendo. A leitura que eu fiz é que não se tratou de briga de facções criminosas — garantiu, na mesma linha do que já havia dito a direção local.
O juiz entende que a prisão apresenta situação tolerável diante da realidade de outras cadeias do Estado e país e usou essa argumentação para convencer os presos a encerrar o tumulto.
— Em comparação com outros Estados aqui ainda é uma condição privilegiada.
Considerado antigo, o prédio no bairro São Cristóvão, em área residencial, passou por reforma e há uma obra na parte frontal destinada a área social.
O incêndio foi controlado logo pelos bombeiros, cujo quartel fica ao lado da cadeia. Na avaliação do tenente Ivonilson Varela Duarte, comandante da 1a Companhia do 5o Batalhão dos Bombeiros, a parte elétrica ficou danificada, mas a estrutura não foi comprometida.
– Havia muita fumaça quando chegamos, os presos gritavam. Poderia ter sido pior – acredita o comandante
Caminhão recolhe objetos queimados