Uma diretriz do governo britânico está sendo interpretada como censura à liberdade religiosa e de expressão por impor proibições contra discursos religiosos nas universidades.
O professor Timothy Garton Ash, especialistas de estudos europeus da Universidade de Oxford, comentou a nova lei antiterror que o governo britânico adotou e classificou-a como uma ofensa à liberdade de expressão.
“Jesus Cristo seria proibido falar nas universidades se ele estivesse vivo em 2016, juntamente com outros ‘extremistas não violentos’”, advertiu Ash na última terça-feira, 31de maio, durante Hay Festival, no País de Gales.
Segundo informações do Daily Telegraph, Ash incentivou o público a se manifestar contra a censura imposta de maneira sutil e indireta: “Na nova legislação antiterrorista, os sociocratas do governo estão tentando impor sobre as universidades uma espécie de prevenção para evitar que os alunos comentem sobre os feitos de extremistas não-violentos no campus”.
Trocando em miúdos, o professor destacou que, no fundo, a ideia é pasteurizar o pensamento e censurar o debate sobre conceitos de pensadores influentes, que muitas vezes causam discórdia sobre as visões de mundo: “Agora, ‘extremistas não-violentos’? Estes são Karl Marx, Rousseau, Charles Darwin, Hegel, e mais claramente Jesus Cristo, que definitivamente não foram extremistas não-violentos. O Ministério do Interior não quer que eles sejam pregados nos campus. Esta é uma ameaça real”, pontuou.