Peak Season exige planejamento extra para importação de cargas da Ásia
Com a intensificação das importações da Ásia para o Brasil e a saída de serviços marítimos que atendem a rota, as empresas precisam elaborar um planejamento sólido e antecipar as compras, evitando perdas e complicações com relação ao recebimento das mercadorias. De acordo com Maiara Cordova, coordenadora de produto de importação marítima da Allog International Transport, ainda que o País esteja passando por um período de ajustes na economia, não há estimativas de mudanças no cenário no que diz respeito ao chamado “peak season” – período em que aumentam os volumes de importação da Ásia para o Brasil – que neste ano começou em abril, mas tradicionalmente se estende de maio a setembro, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Em 2016, o volume importado de janeiro a abril, segundo a Antaq, teve média mensal de 2,3 milhões de toneladas. Já no período de peak season, a média mensal foi de 2,6 milhões de toneladas, chegando ao pico de 2,8 milhões de toneladas, uma alta de 22,5% em relação à média mensal dos quatro primeiros meses do ano. “Sabe-se que em anos economicamente aquecidos é possível registrar um fluxo alto de importações até a primeira quinzena de outubro, último período para embarque das cargas destinadas ao Natal”, reforça Maiara. A coordenadora explica que, com o aumento do volume de importações, as companhias marítimas passam a restringir o espaço nos navios e determinar o tipo de carga para ter a bordo.
O alvo do momento, segundo ela, são cargas leves e contêineres de 40’DRY (carga geral), 40’HC (maior que o contêiner dry) e de 40’Reefer (cargas frigorificadas) ou NOR (“Non Operating Reefer). Além disso, como a relação entre carga e espaço continua desequilibrada, com mais carga do que espaço, os armadores falam em overbooking médio de 20% por semana nas linhas que atendem a região asiática.
Produtos
A lista de produtos importados da Ásia continua bastante diversificada, com destaque para o mercado têxtil, químicos, artigos domésticos, eletrônicos e pneus. A previsão é que, a partir deste mês de agosto, ocorra um aumento na demanda de brinquedos, artigos de R$ 1,99 e decoração para atender o Natal.
Maiara explica que, para evitar prejuízos nesta época do ano, o importador deve atuar de maneira estratégica, focando na data de chegada e analisando a necessidade do cliente final. “Assim é possível programar os embarques com mais antecedência e evitar prejuízos”, completa.