Renault Kwid: peças descartadas da montadora estão sendo vendidas na internet
Imagine encontrar peças de reposição de um lançamento sendo vendidas na internet, bem antes da rede autorizada ter os mesmos componentes disponíveis? Pois é isso o que está acontecendo com o Renault Kwid. Nem bem chegou ao mercado brasileiro, o compacto já tem peças sendo vendidas na internet, mas não pela rede autorizada.
Vendedores de sites de comércio eletrônico estão anunciados componentes do lançamento da Renault e com preços bem abaixo dos praticados na rede autorizada. Uma reportagem da revista Quatro Rodas descobriu um esquema que provavelmente envolve pessoas ligadas à montadora francesa, que vai apurar o caso.
Na rede Renault, boa parte das peças do Kwid só chegarão aos lojistas em setembro, sendo que muitos itens ainda não estão disponíveis, especialmente rodas. Deve-se lembrar que estas possuem três furos e isso pode prejudicar quem sofrer algum dano no material rodante do veículo. Mesmo itens básicos, tal como vidros, também estão ausentes da rede.
Mas, em busca pelos sites de venda online, encontra-se muitos anúncios de peças do Renault Kwid. Não, elas não são importadas da Índia. Algumas delas, tais como para-choque dianteiro, por exemplo, são anunciadas como usadas e recuperadas. Há desde haste de indicador de direção até soleiras e pedais. O preço? Um para-choque pode ser adquirido entre R$ 250 e R$ 400, sendo que na rede autorizada, chega a custar mais de R$ 1,3 mil quando o item está disponível, o que é bem difícil.
Tudo pode ser adquirido de forma rápida pela internet ou pessoalmente nos estabelecimentos dos vendedores online, que na verdade são empresas de desmanche. Após apuração, descobriu-se que as peças são oriundas de veículos de homologação do fabricante. Estes carros são destruídos e suas peças precisam ser igualmente inutilizadas, a fim de justamente evitar a revenda. No entanto, tais itens estão chegando às mãos dos desmanches e um deles revelou que havia comprado de um concessionário Renault.
Como citado acima, a montadora pretende investigar internamente para descobrir quem está repassando essas peças para o mercado paralelo de autopeças. O Kwid, lançado recentemente, teve a produção ampliada para atender a demanda, já que as filas de espera cresceram muito e a previsão de entrega chegava a outubro. Além disso, a medida visa impedir a desistência por conta dessa longa espera. A Renault não revela o volume de produção e agora no começo de setembro, conheceremos o desempenho comercial do mês de agosto – o primeiro cheio – do “SUV dos compactos”.
[Fonte: Quatro Rodas]