Etapa até o Brasil da Volvo Ocean Race completa uma semana
Perna entre Auckland (Nova Zelândia) e Itajaí (Brasil) segue com muitas oportunidades para as sete equipes que navegam pelos mares do sul. Team Brunel aproveita as chances e abre vantagem na liderança
A sétima etapa da Volvo Ocean Race completou uma semana e a regata segue com bastante equilíbrio rumo ao Brasil pelos mares do sul.
O Team Brunel aproveitou as melhores escolhas e assumiu a liderança com mais de 20 milhas de vantagem para o segundo colocado Turn The Tide on Plastic, que é seguido de perto por Dongfeng Race Team e Vestas 11th Hour Racing.
”Tivemos dias incríveis, mas também momentos muito estressantes”, escreveu Bouwe Bekking no seu blog da Volvo Ocean Race. A opção para o norte reduziu o número de manobras em comparação com a maioria da flotilha.
O Brunel liderava a regata quando passou pelo Ponto Nemo, a área mais remota do mundo. O Point Nemo está a quase 1.400 milhas náuticas da terra mais próxima, o que significa que as pessoas mais próximas dos tripulantes, além das outras equipes, são os astronautas da Estação Espacial Internacional, cerca de 220 milhas náuticas acima deles.
A etapa tem ao todo 7.600 milhas náuticas e teve início no domingo (18) em Auckland, na Nova Zelândia. Os barcos já percorreram mais de 4 mil milhas náuticas. Neste domingo (25), os ventos foram moderados de 20 a 25 nós. A previsão é mais um ‘vendaval’ nos próximos dias.
”Pegamos de 40 a 45 nós, o que não é nada divertido, na verdade é puro modo de sobrevivência. Mesmo assim ninguém tá aliviando”, contou o líder do Team Brunel.
Carolijn Brouwer sobre uma semana da sétima etapa
”A primeira semana não foi tão mal assim! As condições normalmente não são assim, mas o vento está aumentando – entre 30 e 40 nós. As condições estão piorando, inclusive com ondas grandes, e está difícil de controlar o barco”, revelou a holandesa Carolijn Brouwer, integrante do Dongfeng Race Team.
A velejadora, que morou no Brasil e fala português fluente, está em sua terceira Volvo Ocean Race e sua experiência pelos mares do sul pode fazer a diferença para a equipe chinesa. O Dongfeng ocupa a segunda colocação no campeonato.
Sobre os próximos dias, Carolijn Brouwer prevê mais ventos e dificuldades nos mares do sul. ”Temos que passar por uma área de baixa pressão nessa próxima semana. Estamos mais ao sul e o frio certamente vai nos tirar mais energia, pois trabalhamos com muita roupas, luvas, etc…Isso dificulta nessa mobilidade’.
”Temos que ser um pouco malucos pra fazer isso! Se eu tivesse medo para fazer isso eu não estaria aí. Temos momentos de muita tensão a bordo, mas ao mesmo tempo é um desafio. Quando passar pelo Cabo Horn em seis dias, a gente vai olhar pra trás e ver que tudo passou!”, contou Carolijn Brouwer.
Os barcos devem chegar de 4 a 6 de abril e Itajaí, Santa Catarina. A etapa vale pontuação dobrada e o primeiro barco a contornar o Cabo Horn leva um ponto de bônus.