Ninguém espere que o frio que entangue os ossos do blogueiro do Rio Antártico deste junho vá marcar o resto da semana na política.
Negar o pedido de prisão de Renan Calheiros, Romeiro Jucá e José Sarney foi a pancada de Teori Zavascki no cravo, mas há também a pancada na ferradura: o levantamento do sigilo dos fundamentos do pedido, inclusive das sete horas de gravação feitas pelo delator-gravador Sérgio Machado.
Ninguém pode duvidar que, nesta história, possam faltar detalhes sórdidos. E, sequer, menções ao então presidente do PMDB e hoje usurpador-geral da República, Michel Temer.
Em outro front, afoga-se Eduardo Cunha, que poderia afundar em silêncio se não tivessem sido atingidos flancos onde ele não pode deixar de reagir: sua mulher e sua filha.
Se, como tudo indica, for suspenso o recesso de meio de ano da Câmara, dificilmente Cunha chega a meados de julho com mandato, se tanto.
E é bom lembrar que a ética dos bandidos, agora, trocou a regra da omertá, o voto de silêncio da máfia siciliana, pela delação premiada. Dificilmente o MP público negociaria um perdão total para Cunha, mas não é impossível que o faça em relação a sua família.
A política no Brasil passou a se desenvolver quase exclusivamente por isso: deduragem.
Porque a transformaram num caso de polícia e, como caso de polícia, há muito a ser revelado nos bastidores do golpismo.
Não é só de frio que tremem os figurões do Governo.
http://www.tijolaco.com.br/blog/nao-acredite-que-junho-sera-frio-na-politica-ha-lenha-para-arder/