Emoções são o principal obstáculo para perder peso
A má gestão das emoções é antiga aliada da obesidade.
Por Camila Custódio*
Quando o assunto é a perda de peso, a resposta do que é necessário fazer para emagrecer está na ponta da língua da maioria das pessoas: comer menos, seguir a dieta do (a) nutricionista e se exercitar mais. Porém, muitos ignoram um fator que favorece ou dificulta o processo de emagrecimento: a gestão da emoção.
A relação entre emoções e perda de peso fica mais clara em tempos de instabilidade emocional, como no final do ano, período que as pessoas estão ansiosas, tensas, sob pressão ou estressadas, e acabam descontando na comida, aumentando as medidas, fazendo o ponteiro da balança subir.
Muitos confundem a fome física com a fome emocional; é o famoso “comer emoções”. Sendo assim, a gestão da emoção é fundamental para quem quer perder peso, já que a maioria das dietas falham ao considerar apenas o aspecto racional, ignorando a gestão da emoção.
Pessoas bem resolvidas emocionalmente têm melhores resultados quando tentam emagrecer, pois desenvolvem o autoconhecimento, fortalecem a autoestima e lidam com seus momentos sabotadores: comer em excesso nos momentos de ansiedade; faltar a academia por estar desmotivado, ou até mesmo iniciar um tratamento estético e abandoná-lo no meio do caminho, seja por achar que o mesmo não está funcionando rapidamente ou por desejar que o tratamento sozinho apresente resultado.
Todos passamos por momentos de autossabotagem, e eles são sempre doloridos. Mas quando aprendemos a nos nutrir emocionalmente, nos damos uma chance de recomeçar sem culpa, sem aquela sensação de fracasso e com uma chance maior de sucesso.
O processo de emagrecimento saudável alia a reeducação alimentar, a prática de exercícios físicos, os tratamentos estéticos, sem ignorar a gestão emocional. É necessário coordenar as emoções para que seja possível fazer escolhas conscientes quando atravessar momentos que demandem mais equilíbrio emocional.
Cada vez mais os especialistas em cuidados com o corpo estão dedicando atenção a fatores psicológicos (motivação, gestão emocional, expectativas realistas, crenças sobre si mesmo, etc.), a fim de entender melhor o quanto os padrões de vida emocional interferem na realização dos objetivos dos clientes que vão em busca de corpos bonitos e saudáveis.
Evidências científicas comprovam: gestão da emoção é determinante para perda de peso
Mas não apenas os especialistas em atividade física que estão de olho nas variáveis emocionais que afetam o sucesso na perda de peso. Os cientistas também se interessaram pela relação entre as emoções e o alcance da meta do processo de emagrecimento.
Um estudo realizado pelo Consumer Reports National Research Center, que envolveu 1.300 pesquisadores das emoções sobre atendimentos a clientes que tiveram problemas para perder peso, concluiu que os aspectos emocionais podem dificultar o plano de emagrecimento.
44% dos profissionais disseram que usaram a estratégia de “entender e administrar comportamentos e emoções relacionadas ao controle de peso”, porque funcionou muito bem para perder peso e manter a forma. 43% dos pesquisadores também citaram “o comer emocional” como uma barreira para perda de peso.
“Há, sim, relação entre inteligência e gerência emocional e motivação para perder peso.”
Camila Custódio.
O fato é que o gerenciamento das emoções e o comprometimento com o exercício físico são os desafios mais comuns enfrentados por pessoas que querem perder peso. Muitas pessoas podem destruir muitos dos esforços que fizeram por um longo tempo devido a problemas puramente emocionais. Quando essas pessoas combinam a gestão emocional com a mudança de estilo de vida, os resultados vêm. Com a gestão da emoção o processo de emagrecimento se torna mais leve antes mesmo de dar aquela conferida básica na balança.
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