Tecpar e UEPG desenvolvem novo dispositivo para hemodiálise
Pacientes que necessitam de hemodiálise poderão contar, no futuro, com um novo dispositivo que está sendo desenvolvido com a colaboração do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Único no mundo, o produto em desenvolvimento pela empresa Da Capo – Inovações em Saúde está em fase de estudos pré-clínicos no Tecpar e trará mais qualidade de vida aos pacientes.
A pesquisa é a primeira a ser apoiada pelo Laboratório de Técnicas Operatórias e Cirurgia Experimental, que é coordenado pelo Tecpar e pela UEPG. Hoje, para fazer hemodiálise, o paciente precisa se submeter à cirurgia de construção de Fístula Artério-Venosa (Fístula AV), procedimento que torna possível a conexão do paciente com a máquina de hemodiálise. A hemodiálise é o procedimento pelo qual uma máquina limpa e filtra o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer.
Segundo Josuê Bruginski de Paula, coordenador do grupo de pesquisas, a Fístula AV falha em 10 a 30% dos pacientes e apresenta uma alta incidência de complicações, sendo a principal causa de internamento entre os pacientes em hemodiálise, correspondendo a 25% do total das internações. O novo produto, que está em estudos, porém, dispensa a fístula, explica.
“Por evitar a Fístula AV, o dispositivo em estudo livra o paciente renal crônico das complicações e efeitos colaterais relacionados a ela, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida. O produto torna indolor e rápida a punção dos vasos sanguíneos, com maior segurança, precisão e de fácil manipulação para pacientes e profissionais de saúde em centros de hemodiálise”, salienta.
Para chegar até os pacientes brasileiros, porém, o produto precisa ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para obter o registro, o produto precisa passar por uma série de estudos, pré-clínicos (fase na qual o dispositivo desenvolvido pela Da Capo, Tecpar e UEPG se encontra) e clínicos, de acordo com as regras da Anvisa, explica a gerente do Centro de Experimentação Biológica do Tecpar, Meila Bastos de Almeida.
“O estudo pré-clínico será realizado ao longo de um ano, a partir de janeiro de 2019, no câmpus Araucária. A intenção do estudo é simular de modo mais fiel possível as condições de uso diário do paciente. Ao final do estudo pré-clínico, o dispositivo é submetido à Anvisa, que então solicita os estudos clínicos por parte dos pesquisadores”, diz.
O grupo de pesquisas é formado pelo médico, inventor, fundador da Da Capo e professor da UEPG, Josuê Bruginski de Paula; pelo diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix; pelo diretor Industrial do Tecpar, Rodrigo Silvestre; pela médica veterinária e gerente do Centro de Experimentação Biológica do Tecpar, Meila Bastos de Almeida; pela bolsista e médica veterinária Ariane Hruschkla; Leandro Cavalcante Lipinski, médico veterinário e professor da UEPG; e pelos cirurgiões vasculares da UEPG Ricardo Zanetti Gomes e Cesar Roberto Busato.