Dênis é muito questionado pelos são-paulinos. Não faz muito tempo, torcedores pediam a sua saída do time, mas o técnico argentino Edgardo Bauza bancou não só a permanência do goleiro, como a sua titularidade. Neste domingo, enfim, o camisa 1 teve uma atuação para se comemorar. Apesar de ter sofrido dois gols, ele fez várias grandes defesas e evitou assim que o São Paulo fosse derrotado pelo Flamengo.
O empate por 2 a 2 no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, acabou não ajudando as equipes a chegarem no G4. Pior aos cariocas, que mandaram na partida, tiveram as melhores chances, mas não conseguiram fugir do empate e ainda lamentam o pênalti perdido aos 47 minutos do segundo tempo por Alan Patrick. O chute do meia foi para fora e as vaias rubro-negras foram inevitáveis.
Já os são-paulinos festejaram muito, já que não saíram derrotados mesmo jogando mais da metade do segundo tempo com um jogador a menos, após expulsão do atacante argentino Calleri por reclamação (ele discutiu com o árbitro goiano Elmo Alves Resende).
O JOGO – O São Paulo viajou para Brasília com muitos desfalques e oito jovens das categorias de base entre os 20 relacionados. Sem Hudson, machucado, e Thiago Mendes, suspenso, Edgardo Bauza teve de recorrer ao menino Artur para a função de primeiro volante ao lado de João Schmidt, também revelado no clube. Por outro lado, contava com o retorno do experiente Michel Bastos para dar tranquilidade aos meninos em um confronto direto por posições – ambos entraram em campo com 13 pontos na tabela de classificação.
Mandante, apesar de jogar em Brasília, o Flamengo tomou a iniciativa no jogo e alugou o campo ofensivo, mas esqueceu-se da defesa. E foi castigado aos 11 minutos, quando Paulo Henrique Ganso, jogador que não pode ficar livre, recebeu sem marcação e deu belo passe para Calleri. O argentino fez falta em Márcio Araújo na corrida, ignorada pelo árbitro, e tirou o zero do marcador com chute rasteiro no canto.
Injustiça, já que Dênis havia feito grande defesa no sufoco inicial carioca. O goleiro, por sinal, fechou a primeira etapa como o nome do jogo. Foram cinco grandes defesas na partida. Em uma delas, aos 21 minutos, no chute forte de Jorge, ele não deu sorte e a bola bateu no zagueiro Rodrigo Caio no rebote e acabou indo contra as próprias redes.
Do mais, milagres nos chutes de Rodinei, Felipe Vizeu, Alan Patrick e Márcio Araújo que ajudaram a equipe a não ir para o descanso do intervalo atrás no marcador. Tirando o batalhador Calleri, isolado na frente, o São Paulo pouco rondou a área flamenguista.
O começo da fase final lembrou muito os 45 minutos iniciais. Flamengo com a bola, alugando o meio de campo e, mais uma vez, aberto atrás. E com mesmo desfecho. Kelvin recebe livre e cruza na cabeça de Calleri: 2 a 1 e time paulista no G4. Mas ainda havia muito tempo pela frente, e os cariocas buscaram a igualdade no seu ponto forte: a jogada aérea. Alan Patrick cobrou falta para a área e Willian Arão usou a cabeça para empatar o jogaço no Mané Garrincha.
Candidato a destaque do jogo, Calleri manchou a sua participação ao ser expulso por reclamação. Faltavam 23 minutos e os acréscimos para o time segurar ao menos a igualdade e evitar ser ultrapassado para o rival. Fernandinho acertou uma cabeçada na trave de Dênis aos 34. O goleiro ainda brilharia mais uma vez aos 39, espalmando o chute de Alan Patrick.
A pressão carioca podia ter surtido efeito nos acréscimos. Emerson fez giro na área e levou um chute no rosto de Maicon, o que resultou em um pênalti aos 47 minutos. Alan Patrick cobrou, mas a bola foi para fora. Os flamenguistas vaiaram a equipe por não ter conquistado o triunfo e o São Paulo respirou aliviado por não sair derrotado e também pelo sofrido ponto garantido.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 2 x 2 SÃO PAULO
FLAMENGO – Alex Muralha; Rodinei, Rafael Vaz, Réver e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão, Everton (Fernandinho) e Alan Patrick; Marcelo Cirino (Gabriel) e Felipe Vizeu (Emerson). Técnico: Zé Ricardo (interino).
SÃO PAULO – Dênis; Bruno (Alan Kardec), Rodrigo Caio, Maicon e Matheus Reis; Artur, João Schmidt, Paulo Henrique Ganso (Ytalo) e Michel Bastos; Kelvin (Caramelo) e Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.
GOLS – Calleri, aos 11, e Rodrigo Caio (contra), aos 21 minutos do primeiro tempo; Calleri, aos 5, e Willian Arão, aos 13 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Marcelo Cirino (Flamengo); Caramelo e Kelvin (São Paulo).
CARTÃO VERMELHO – Calleri (São Paulo).
ÁRBITRO – Elmo Alves Resende (GO).
RENDA – R$ 1.493.145,00.
PÚBLICO – 27.233 pagantes.
LOCAL – Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).