O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveu uma nova solução tecnológica que fortalece as ações do Governo do Estado no combate à pandemia da Covid-19. O serviço avalia a qualidade de máscaras de proteção descartáveis destinadas ao uso da população, a fim de assegurar que o produto atende às normativas de saúde e segurança.
A metodologia é exclusiva e foi desenvolvida pela equipe técnica do Tecpar, com a contribuição de profissionais de diversas áreas. Os ensaios são destinados às indústrias fabricantes de produtos para saúde, ao atendimento a editais de prefeituras que estão adquirindo o produto para seus servidores e, ainda, para população em geral, associações de costureiras e outros fabricantes da indústria têxtil.
O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, afirma que o serviço se soma às demais iniciativas do instituto para colaborar no enfrentamento da pandemia, além de apoiar empreendedores que estão expandindo ou abrindo novas frentes de negócio neste período.
“O Tecpar, por meio do Centro de Tecnologia de Materiais, pesquisou formas para atender à demanda crescente por aquisição de máscaras de segurança que tivessem a sua eficácia comprovada. Esta pesquisa resultou em um documento com todo o levantamento técnico e de infraestrutura para desenvolver o serviço de avaliação de máscaras profissionais”, explica.
METODOLOGIA – Para embasar a análise, a equipe do Centro de Tecnologia de Materiais construiu critérios técnicos a partir da Nota Normativa 22/2020 da Secretaria de Estado da Saúde, que orienta sobre a confecção e uso de máscaras para população em geral. O documento estabelece parâmetros mínimos que as máscaras para uso geral deveriam alcançar para serem comercializadas e chegarem ao patamar mínimo exigível para proteger a população.
Também foram utilizadas outras normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a que trata das especificações para máscaras cirúrgicas para profissionais da saúde (ABNT-NBR 15052).
A partir destes parâmetros foi estabelecida uma série de ensaios físicos que verificam itens como a resistência à temperatura, tração das amarras e fixadores, determinação da gramatura e tipo do tecido, presença e quantidade de metais no tecido, fixação das alças ou elásticos e clipe nasal.
Em seguida, é feita a análise da dimensão, comprimento e largura da máscara, que deve cobrir o nariz e a boca do usuário, além de ter um ajuste facial apropriado. Também são verificadas as alças ou elásticos, que precisam ter um comprimento mínimo, e o clipe nasal, que não deve projetar-se para fora da máscara.
PROTEÇÃO – No Paraná é obrigatório o uso das máscaras em ambientes de uso coletivo, públicos e privados, desde 28 de abril. De acordo com o decreto estadual, a população deve utilizar, preferencialmente, máscaras de tecido confeccionadas de forma artesanal ou caseira, conforme as orientações da Secretaria de Estado da Saúde.
As máscaras são de uso individual, sendo vedado o compartilhamento, inclusive entre pessoas da mesma família. As máscaras cirúrgicas e do modelo N95/PFF2 devem ser priorizadas para uso dos profissionais em serviços de saúde. O ideal é que a população não compre para evitar que o item esgote no mercado.
AÇÕES NA PANDEMIA – Neste ano atípico por conta da pandemia da Covid-19, o Tecpar concentrou seus esforços para apoiar o Paraná no enfrentamento do coronavírus. Entre essas ações estão a instalação de uma planta para produzir dois tipos de alcoóis – etílico 70% e o etílico 80% glicerinado – ambos recomendados para assepsia de mãos. A primeira remessa foi entregue à Secretária de Estado da Saúde no início de abril para abastecimento de profissionais da área.
Além disso, o Tecpar, em parceria com a Fiocruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), implantou em caráter emergencial a Unidade de Apoio para Diagnóstico da Covid-19, em abril, para atender à demanda pelos testes moleculares, com a instalação do laboratório no Parque Tecnológico do Tecpar, no Câmpus CIC. Com a estrutura, a unidade se tornou referência no diagnóstico molecular para a Região Sul.
O Tecpar é partícipe do consórcio tecnológico fundador do IBMP, tendo em sua composição ainda a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado e a Fiocruz.
Para enfrentar o coronavírus, o Tecpar elaborou relatórios com o objetivo de auxiliar empresários e empreendedores que queiram desenvolver novos produtos para o enfrentamento da doença. Os documentos organizam informações para produzir e registrar respiradores artificiais e ventiladores pulmonares e para o uso de sanitizantes para esterilização do coronavírus.
Em outra frente, para apoiar empresas e empreendedores que têm projetos com foco no enfrentamento da pandemia da Covid-19, com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em conjunto com o Tecpar, a Incubadora Tecnológica do Tecpar (Intec) abriu edital para selecionar novas propostas.