A história das eleições no Estado mostram que escândalos de corrupção tiveram papel decisivo no resultado do pleito em, pelo menos, dois casos emblemáticos nas eleições para o Governo de Pernambuco. Em 1998, o caso dos precatórios abalou a tentativa de reeleição do então governador Miguel Arraes. Já em 2006, a tentativa do senador Humberto Costa (PT) acabou sendo afetada pelo envolvimento do seu nome na Máfia dos Vampiros. Ambos foram absolvidos das acusações anos depois, mas as investigações tiveram um papel fundamental no desgaste das lideranças políticas envolvidas, que acabaram saindo derrotadas nas urnas.
Na disputa pelo Governo do Estado em 1998, o caso que ficou conhecido como escândalo dos precatórios atingiu não somente a gestão do ex-governador Miguel Arraes, mas foi fortemente explorado pelos adversários da União por Pernambuco na disputa eleitoral. Durante a gestão Arraes, em 1996, investigações de fraudes com títulos públicos para pagar precatórios passaram a assombrar o PSB. O resultado foi uma derrota por mais de 1 milhão de votos imposta a Miguel Arraes, a maior da história política do Estado até então. Em 2003, o ex-governador e seu ex-secretário da Fazenda Eduardo Campos foram absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2006, foi a vez do então candidato ao Governo do Estado Humberto Costa (PT) ter o nome envolvido na máfia dos Vampiros, esquema de superfaturamento de remédios e hemoderivados no Governo Federal. A bomba explodiu durante a campanha eleitoral, o que afetou fatalmente os planos eleitorais do petista. Até então seguindo uma trajetória ascendente na disputa, o petista foi alvo de duras críticas da oposição e acabou nem chegando ao segundo turno do pleito. Em 2015, o senador foi absolvido pela Justiça Federal.
Para o professor Emílio Duarte, a influência de escândalos de corrupção nas próximas eleições será diferente dos casos anteriores. Segundo ele, as investigações em curso não atingem apenas determinado partido ou candidato, mas toda a classe política criando um clima de rejeição geral. “Dessa vez, é generalizado. A corrupção não tem cor ou sigla. A sociedade está cansada de políticos. O assunto deixou a seara eleitoral para ir para a penal. O destaque desta eleição deverá ser o alto número de votos anulados, brancos e abstinência. Isso é ruim porque enfraquece o processo democrático.