Pessoas mais jovens e que ainda não receberam imunização foram as únicas faixas etárias que registraram crescimento percentual no número de mortes no mês de abril em relação à média no período da pandemia.
O aumento percentual de 118% em abril no número de óbitos por Covid-19 da população na faixa etária entre 40 e 49 anos em Santa Catarina na comparação com a média para a idade desde o início da pandemia, contabilizado pelos Cartórios de Registro Civil do Estado, aponta que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.
Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades no Estado, a população mais jovem viu crescer os percentuais de óbitos no último mês, mesmo quando comparados a março deste ano, o mês com maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus em Santa Catarina, e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia. registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em Santa Catarina, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia foi a da população entre 40 e 49 anos, com crescimento de 118% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021. O aumento se dá mesmo com uma queda nos números absolutos de falecimentos desta faixa etária no último mês, que passaram de 441 em março para 264 em abril. O segundo maior aumento se deu na faixa de pessoas entre 20 e 29 anos, com crescimento de 68% na média de óbitos para a idade.
Na sequência, a faixa etária que vai dos 30 aos 39 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 41% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. Em números absolutos esta faixa etária fechou o mês de abril com 90 óbitos por Covid, enquanto março teve 187. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 50 e 59 anos, com óbitos aumentando 39% em relação à média para esta idade desde o começo da pandemia.
Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 60 e 69 anos registrou aumento de mortes de 15% em relação à média desta idade no período, também com uma diminuição em números absolutos na comparação com o mês anterior: 1260 óbitos em março e 639 em abril. Nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média da idade desde o início da pandemia, reduzindo 5% na faixa entre 70 e 79 anos, 53% entre 80 e 89 anos, e 75% na população entre 90 e 99 anos
Ranking Estadual
Com aumento de 118% em relação à média para esta idade desde o início da pandemia, a faixa etária entre 40 e 49 em Santa Catarina registrou o segundo maior crescimento do País, atrás apensa do crescimento de 154% registrado no Estado do Rio Grande do Norte, e bem acima da média nacional para a idade, que cresceu 57%. Na faixa etária entre 20 a 29 anos, Santa Catarina teve crescimento de 68%, também superando a média nacional, que contabilizou um crescimento de 38%.
Na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda Paraná (75%), São Paulo (73%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).
Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, Distrito Federal, de 58%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.
Sobre a Arpen-Brasil
Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.