A psiquiatra Julia Trindade explica que neste período as pessoas sentem uma necessidade de dormir e comer mais
No inverno, os dias são mais curtos, e consequentemente ocorre uma diminuição da incidência da luz solar, já que as noites são mais longas. Em função disso, é comum o aumento de casos de depressão sazonal. A psiquiatra Julia Trindade explica que o distúrbio está dentro dos transtornos depressivos recorrentes, e pode ocorrer em outras estações do ano também. No entanto, é no outono e inverno que os casos são mais corriqueiros.
“Nestes períodos algumas pessoas começam a sentir uma necessidade de dormir mais, de comer mais, de comer mais carboidratos, e isso acaba deixando a pessoa desanimada”, explica a médica.
Julia destaca que os primeiros sintomas da depressão, como um todo, não apenas a sazonal, podem ser percebidos pela própria pessoa. “Quando o paciente começa a se dar conta que em determinada época do ano está mais deprimido, desanimado e isso ocorre de maneira recorrente ajuda na hora do diagnóstico e na escolha do tratamento adequado”, salienta.
Sintomas mais comuns
Assim como na depressão de um modo geral, a médica explica que os sintomas mais comuns nestes casos são: cansaço, desânimo, tristeza e em alguns específicos um aumento significativo no apetite, principalmente por carboidratos e doces.
“Tristeza é um sentimento e todo mundo pode sentir, mas a questão do cansaço, do desânimo, aquela que a pessoa não consegue mais ter um prazer nas coisas da vida, isso é muito característico da depressão”, pontua.
Outro ponto que deve ser observado são as alterações do sono, quando a pessoa fica mais sonolenta e indisposta para seguir na prática regular de atividades físicas.
“Em algumas situações, essas sensações se tornam mais recorrentes e às vezes atrapalham a relação com as pessoas, afeta o desempenho no trabalho e isso pode gerar uma série de consequências ruins na vida da pessoa”, alerta.
Manter o tratamento é importante
Para determinar qual será o melhor tratamento para o caso de depressão, a psiquiatra explica que o primeiro passo é fazer um acompanhamento especializado. “Durante a consulta clínica é que será possível compreender o caso, e verificar o nível da depressão para aí sim definir se o tratamento será psicoterápico, com uso de medicamentos ou apenas sessões de terapia. Importante destacar que cada caso é único”, destaca a médica.
Julia enfatiza ainda que o tratamento, principalmente da depressão sazonal, deve ser mantido ao longo dos outros meses também. “A pessoa não pode simplesmente parar quando se sentir bem. É que mais para a frente poderá voltar a sentir novamente as mesmas mudanças. Por isso, manter o tratamento faz toda a diferença”, completa.