Adolescente morto em Balneário Arroio do Silva foi vítima de homofobia, aponta investigação

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O adolescente Erick Kanaa Xavier da Silva, de 15 anos, encontrado morto no mês passado em Balneário Arroio do Silva, teria sido vítima de homofobia, segundo investigação policial. O delegado Jair Pereira Duarte, titular da delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Araranguá, explica que o agressor matou Erick com socos, chutes e asfixiado. O motivo, apontado pelo próprio acusado em depoimento à polícia, é que ele estaria desconfiado de que o adolescente era homossexual.

O jovem contou que não lembrava se estava acompanhado ou se havia agido sozinho. Ele relatou ter ingerido álcool e drogas, que estavam à disposição na festa onde Erick foi morto, e por isso não lembrava dos detalhes. De acordo com o delegado, no dia seguinte o próprio rapaz passou a divulgar pelo WhatsApp que havia matado o adolescente, mensagens que chegaram ao conhecimento da polícia.

— A vítima não tinha jantado, não era acostumada a beber, passou mal e foi para um corredor, onde ficou sentada. Segundo uma testemunha, o agressor passou por lá e começou a ofendê-la, fazendo referência à questão sexual. Sem que Erick reagisse, o autor do crime passou a agredi-lo. A testemunha tentou contê-lo, mas ele estava descontrolado, a fúria era tanta que ele chegava a pular em cima do adolescente – detalha o delegado.

O agressor tirou as roupas da vítima, temendo que pudesse ser reconhecido pelas impressões digitais, e voltou para a festa. Quando as cerca de 150 pessoas deixaram a comemoração de aniversário, o organizador se deparou com o rapaz, já sem vida, e decidiu tirar o corpo do local com a ajuda de um amigo, para evitar problemas.

— As pessoas que tiraram o corpo dali sequer sabiam quem tinha matado, e quem matou, não sabia como o corpo havia desaparecido. Foi preciso montar um quebra-cabeça para que os dois fatos se encaixassem e fosse possível chegar até os suspeitos – explica Duarte.

Faltam alguns detalhes para encerrar a investigação, e essa semana o inquérito deve ser concluído. O delegado não deu detalhes sobre o nome e a idade do agressor e dos envolvidos na ocultação do cadáver, que também irão responder à justiça, . Até o final da semana, “medidas cautelares serão tomadas em relação aos crimes”, resume Duarte.

— Alguns procedimentos foram instaurados, para investigar a morte, pela ocultação do cadáver e alteração de provas, também por tráfico de drogas, que está bem configurado nesse caso, o fornecimento de bebida alcoólica para adolescentes e ainda quanto à dirigir sobre efeito de álcool — finaliza.