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Após motim, 70 detentos do presídio de Lages cumprem pena em casa

Após o motim que destruiu parte da ala masculina do Presídio de Lages no dia 19 de janeiro, 70 detentos passaram a cumprir pena em casa nesta semana, como mostrou o RBS Notícias.

O juiz da vara criminal diz que precisou recorrer à prisão domiciliar porque o local não tem condições de abrigar esses detentos.

A unidade já estava superlotada e piorou depois que parte foi destruída pelo fogo durante o motim. O presídio, que tinha 267 detentos, agora está com 115: 82 foram transferidos e 70 estão cumprindo pena em casa.

“Setenta presos já estavam desempenhando atividades ‘extra-muro’. Então esses presos, ao invés de pernoitar no presídio, vão pernoitar em casa”, afirma o juiz corregedor Geraldo Corrêa Bastos.

Mais de 120 vagas vazias
Em Santa Catarina, 33 unidades estão interditadas por causa da superlotação. Na região da Serra, a equipe da RBS TV encontrou mais de 120 vagas vazias.

Nos fundos da penitenciária de São Cristóvão do Sul foi construído um presídio de segurança máxima com 106 vagas. O local foi construído para receber os presos mais perigosos do estado. Faz mais de seis meses que as obras ficaram prontas, mas até agora nenhum detento foi transferido.

O departamento que administra o sistema prisional diz que falta instalar equipamentos de segurança e tecnologia, o que já começou a ser feito, mas não tem prazo pra ficar pronto.
O presídio vazio custou mais de R$ 15 milhões.

Na cadeia pública de Anita Garibaldi tem dezoito vagas vazias. O governo do estado decidiu fechar a unidade faz um ano, dizendo que foi para economizar, mas manteve a estrutura: celas, refeitório e o local onde os presos trabalhavam, além de biblioteca e a sala de aula, onde os presos tinham aulas diárias que ajudavam no trabalho de educação e recuperação desses detentos.

A delegacia que fica ao lado também foi fechada. Toda vez que uma pessoa é presa na região, os agentes são obrigados a percorrer mais de 100 quilômetros até o Presídio de Lages ou São Cristóvão do Sul.

O judiciário até tentou impedir o fechamento, alegando que a cadeia era um bom exemplo de comportamento e ressocialização.

“Não há históricos de rebelião, de fugas. Até porque os presos  que ficavam aqui em Anita garibaldi é feito uma seleção, isso até a própria lei de execução penal preve. Os presos que não atendiam o perfil, eram encaminhados pra lages”, diz o juiz substituto Edison Oliveira.

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