A brasileira Jéssica “Bate-Estaca” Andrade teve uma estreia de gala na divisão peso-palha (até 52,2kg), na noite de sábado, no UFC 199, em Inglewood (EUA): derrotou Jessica Penne, sexta colocada do ranking e ex-desafiante número 1, de forma dominante, com um nocaute técnico no segundo round. Nada mal para uma lutadora que teve de baixar nove quilos a mais do que batia para lutar no peso-galo (até 61,2kg), onde chegou a integrar o top 15, mas sofreu duas derrotas em suas três lutas mais recentes. A última delas, contra Raquel Pennington, abriu os olhos de Andrade para a necessidade de mudar de categoria.
– Quando eu entrei no UFC, a categoria de 52kg ainda não existia, e o meu medo maior era baixar de divisão e perder muita força, velocidade, então eu fui adiando isso, adiando, até a derrota contra a Raquel. Foi isso que me fez ver que o 61kg estava ficando muito difícil, que minhas adversárias estavam ficando muito mais pesadas. O gás acabou e nunca tinha acabado antes, foi isso que me fez tentar na categoria de baixo. E aí, graças a Deus, deu certo, o peso foi super tranquilo, que era a minha principal preocupação, a força continuou a mesma, e a velocidade aumentou. Então agora está 10 – comentou Bate-Estaca após a vitória sobre Penne.
A diferença para o peso-galo foi clara: Jéssica Andrade sentiu que machucou a adversária com seus golpes logo no primeiro round, e eventualmente conquistou seu primeiro nocaute técnico no UFC – não nocauteava ninguém desde outubro de 2012. A atleta da PRVT avisa aos fãs para esperarem mais vitórias desta forma.
– Eu estou me sentindo muito bem, acho que nessa categoria nova vão sair muitos nocautes, muitas finalizações e acho que agora estou no lugar certo. Já fazia muito tempo que eu não nocauteava ninguém, que eu não conseguia impor a força, o meu jeito, e hoje (sábado) foi o marco que fechou para entrar de cara na categoria e fazer sempre esse show que foi hoje.
Um fator que pode ter sido determinante também foi o sistema diferente de pesagem adotado pela Comissão Atlética do Estado da Califórnia (CSAC, na sigla em inglês), órgão que regulamentou o UFC 199. Em vez de se pesarem frente às câmeras e ao público à tarde, como de praxe, os atletas foram pesados pela manhã, ainda no hotel fechado pela organização, e depois participaram de uma pesagem “encenada” pela tarde, onde foram lidos os pesos registrados pela comissão. Para Andrade, o novo sistema ajudou na recuperação e contribuiu para o alto nível das lutas do evento, bastante elogiado pelos fãs e críticos.
– Gostei muito. Espero que o Dana (White, presidente do UFC) coloque todas as pesagens desse jeito. É muito bom você pesar de manhã e ter quase dois dias para se recuperar. Acho que hoje (sábado) todas as lutas estão sendo ótimas por isso, porque teve o tempo certo de recuperação, o tempo de você se reidratar para chegar na hora da luta e você estar como você treina. Acho que isso foi essencial para chegar ali e fazer uma grande luta – afirmou a brasileira.