As salas de aula se transformaram em fundo do mar, galeria de arte, laboratório de robótica e até uma cozinha durante a Mostra STEAM, realizada no último final da semana nas Escolas SESI, em Brusque. Palco de inovação, criatividade e muita troca de conhecimento, o evento faz parte do calendário escolar e mobilizou alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental em atividades que unem Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM), com foco em projetos interdisciplinares, experiências práticas e protagonismo estudantil.

A iniciativa contou com a participação das famílias, que prestigiaram as apresentações preparadas pelas turmas ao longo do semestre. Além de visitar os espaços expositivos, os pais e responsáveis puderam interagir com os alunos, ouvir explicações dos pequenos cientistas e até experimentar sucos e comidas preparados pelas crianças. O evento aconteceu na unidade do bairro Maluche e também na recém-inaugurada escola do bairro 1º de Maio.

Os trabalhos chamaram a atenção pela criatividade e empenho: apresentações sobre as estações do ano, aula de musicalização, experiências com cores, texturas e sabores, maquetes e obras manuais, além de atividades envolvendo tecnologia e robótica foram destaques.

A mãe do aluno Henrique, Sabrina Barthel, demonstrou entusiasmo com a proposta do plantio de girassóis. “O Henrique é muito participativo. Ele quer apresentar, quer falar, então a gente estimula isso. Eles fizeram o plantio, visitaram uma floricultura e depois cuidaram da planta em casa. Nosso girassol vingou e ele trouxe para apresentar”, contou orgulhosa. Para Sabrina, a metodologia STEAM é um diferencial da escola: “Eles aprendem na prática o que é a vivência. Não tem aprendizado melhor. O Henrique perdeu o medo, apresenta com segurança, é lindo de ver”.

Preparação para a mostra

Conforme a coordenadora de Educação Básica, Márcia Koehler, a equipe pedagógica se prepara durante meses para a produção e apresentação dos trabalhos. “O resultado não poderia ser melhor, os alunos animados e absorvendo os conteúdos de forma dinâmica, levando conhecimento para a rotina das famílias”, comenta.

Prova disso aconteceu este ano, quando uma das turmas do pesquisou e produziu suco de ora-pro-nóbis, uma planta alimentícia rica em nutrientes. A atividade chamou a atenção da mãe Jéssica Staak, que é nutricionista. “Casou muito com a nossa realidade em casa, onde já usamos a folha. Foi bem legal ver essa investigação acontecendo na escola. As crianças adoraram o suco! É sempre muito bom esse contato entre família e escola”, disse ela, que participa do evento todos os anos.

Os alunos do projeto de inglês uniram a aprendizagem do idioma com habilidades culinárias. A estudante Isabela Torresani Cuscovski, de 10 anos, participou da oficina de cookies com gotas de chocolate. “A gente faz parte de um projeto em inglês. Eu gosto de cozinhar, então me voluntariei. Também gostei da apresentação de ciências sobre o sistema cardiovascular”, comentou.

A Mostra STEAM é mais do que uma exposição: é um momento de celebrar a aprendizagem significativa, o protagonismo dos alunos e o envolvimento das famílias na jornada educacional. Para a gerente executiva regional do SESI e SENAI, Silvana Meneghini, o interesse e envolvimento dos alunos cresce a cada ano. “Isso é resultado de uma evolução na nossa metodologia, a cada ano mais madura. Além disso, percebemos os alunos também mais preparados para o método de ensino e, a cada edição, a família mais presente e envolvida, até porque alguns projetos vão para casa e contam com o envolvimento familiar, um pilar importante no desenvolvimento”, completa.

O que normalmente é um dia de rotina escolar se transformou em uma verdadeira vitrine de criatividade, tecnologia e aprendizado compartilhado. No último sábado, dia 20, a Escola SESI de Referência de Itajaí abriu as portas para a comunidade e recebeu um grande público durante a 3ª edição da Mostra STEAM. Das 9h às 13h, estudantes, famílias e visitantes circularam pelos corredores da escola para conhecer de perto os projetos desenvolvidos ao longo do ano letivo desde o Ensino Infantil até o Ensino Médio.

Entre os trabalhos apresentados, um dos que chamou atenção foi coordenado pelo professor Luiz Klock, que orientou os alunos na criação de uma representação completa da cadeia produtiva da indústria têxtil. O projeto incluía etapas como extração da matéria-prima, produção industrial automatizada com programação em Python, simulações em maquetes e até uma estação meteorológica funcional desenvolvida pelos próprios estudantes.

“Mostramos desde a extração da matéria-prima até os impactos ambientais da industrialização. É tudo pensado para que o aluno compreenda o processo como um todo, e apresente isso com autonomia”, explicou Klock, enquanto os alunos faziam as apresentações com domínio e desenvoltura.

Outros grupos também impressionaram ao retratar elementos marcantes da economia e da cultura local. Utilizando materiais recicláveis, os estudantes do 3º ano, por exemplo, construíram maquetes que representavam o porto de Itajaí, a movimentação de contêineres e pontos turísticos como a Igreja Matriz. As produções mostraram como é possível unir consciência ambiental, conhecimento técnico e valorização da identidade da cidade.

De acordo com Silvana Meneghini, gerente-executiva do SESI e SENAI na Foz do Itajaí, a Mostra STEAM cumpre o papel de compartilhar com a comunidade tudo aquilo que é desenvolvido na prática dentro das salas de aula.

“A Mostra STEAM acontece em todas as escolas SESI de Santa Catarina e tem esse papel: mostrar às famílias, à comunidade e à sociedade como aplicamos o conhecimento de forma prática, com interdisciplinaridade e protagonismo estudantil. A cada edição, vemos mais maturidade nos projetos, mais envolvimento das famílias e mais desenvoltura dos alunos”, destacou Silvana.

Para Anderson Colla, coordenador de Educação da escola, o evento representa o resultado de um trabalho contínuo, construído ao longo de todo o ano letivo. “São projetos que nascem no cotidiano da escola, não são feitos só para a mostra. Eles envolvem tecnologia, pensamento crítico, criatividade e, principalmente, o protagonismo dos nossos estudantes. É gratificante ver esse engajamento e perceber o quanto os alunos crescem ao se verem como autores do próprio conhecimento”, afirmou.