A entrevista de Rodrigo Janot ao The Washington Post, reproduzida pelo Yahoo, foi, em geral, sóbria e equilibrada.
Com um trecho que deveria fazer muita gente dobrar a língua: “todas as investigações relacionadas à Petrobras, suborno e corrupção não comprometem a presidenta Dilma”.
E outro, em que era prudente ter ficado calado: “Eu mantenho uma pistola por minha mesa de cabeceira, com três cartuchos carregados com 14 balas em cada um.”
Bravata feia, Dr, Janot.
Em primeiro lugar, a esta altura, o senhor deveria estar – e deve estar, mesmo – contando com proteção policial 24 horas por dia, saiba ou não de ameaças.
Se sabe, então, é pior ainda, porque deveria estar procedendo judicialmente contra quem as faz ou insinua.
Em segundo lugar, que anunciar que está com uma pistola e um paiol de munição na mesa de cabeceira é de uma tolice sem par, algo que só serve para informar um suposto possível autor de atentado e dificultar reação a ele.
Se alguém pensa em atacá-lo, agora tem uma vantagem dada assim, de graça. Vai saber que não pode deixa-lo reagir.
O senhor é Procurador Geral da República, não Wyatt Earp, um cowboy que dá cem tiros de uma vez. Nem o Brasil um OK Corral.
Este tipo de arroto de valentia só expõe uma instituição que deveria se pautar pela prudência e pelo recato, agindo quando tem de agir e calando sobre todo o resto.
E não pretendendo ser uma corporação de valentes arrogantes. Valentia é fazer o que se tem de fazer, não gargantear.
É como aquela cena ridícula em que ele segura um cartaz dizendo ser ele a esperança do Brasil.
Tijolaço