Brusquense chega ao pódio após correr 129 quilômetros em Ultramaratona de Campinas
Neste final de semana ocorreu a Ultramaratona de Campinas 24 horas. Grandes ultramaratonistas de São Paulo e Minas Gerais se reuniram para a disputa desta tradicional e importante prova. Um único atleta de Santa Catarina esteve presente, o brusquense Claudemir Marcolla, de 29 anos. O barriga-verde correu exatos 129 quilômetros e 250 metros, distância que o rendeu a terceira colocação em sua faixa-etária.
Foram 45 atletas na disputa das 24 horas de corrida. Ainda houve outros 25 correndo por 12 horas. Também houve equipes disputando a corrida em revezamento de quatro atletas. No geral, Marcolla foi 17º lugar. O desempenho foi ótimo, ainda mais levando-se em conta três fatores: este é um esporte em que pessoas bem mais velhas costumam se destacar; o brusquense se recuperou de uma lesão recentemente; o atleta pratica a modalidade há menos de dois anos.
Ou seja, é um começo pra lá de promissor. “Eu até poderia ter ido melhor, mas gostei do resultado. Consegui percorrer 9 quilômetros a mais que a última prova de 24 horas que disputei. Eu fiquei 45 dias parado em decorrência de um princípio de lesão óssea no pé. Voltei a treinar por 30 dias especificamente para esta prova. Tive uma estratégia de fazer três paradas de uma hora cada. Uma foi no final da tarde e as outras duas depois da meia noite”, explica o brusquense.
A prova iniciou às 10h de sábado (26), indo até às 10h de domingo (27). Marcolla teve acertos e erros na sua estratégia. “Eu já havia treinado para a abstinência do sono, por isso resolvi não dormir. Muitos atletas acabam tendo dificuldades para voltar a correr se dorme durante a madrugada, este é o período mais difícil, isso foi bom. Porém, acabei me desgastando muito em por causa do calor que estava durante à tarde. Outros ultramaratonistas pausaram à tarde e compensaram de madrugada. Para a próxima prova estou pensando em fazer isso, mas ainda tenho que planejar com meu treinador”.
Esta foi a segunda prova de 24 horas disputada pelo brusquense. A primeira aconteceu em Quatro Barras, no Paraná, e Marcolla fez 120 quilômetros. O próximo desafio é em dobro. Na cidade de Passa Quatro (MG), o barriga-verde vai correr por 48 horas, em novembro. “Ainda não sei bem o que esperar deste evento, vai ser o primeiro nestes moldes de que participarei. Como disse, tenho que fazer o planejamento com meu treinador, mas se eu passar dos 200 quilômetros estou muito feliz”.
Nesta Ultramaratona de Campinas, Marcolla alcançou a segunda maior marca de sua curta, mas já promissora trajetória no esporte. A única vez em que correu mais que 129 km foi em abril deste ano, na Ultramaratona de Tiradentes. O atleta de Brusque foi fazer apoio ao blumenauense Egomar Prochnow, na prova de 300 quilômetros. Porém, Egomar passou mal e Marcolla correu 150 quilômetros por ele.
Treinamento Solidário
Claudemir Marcolla se reuniu com o também ultramaratonista de Brusque, Jefferson Luis Prette. Os dois vão realizar um treinamento solidário no dia 11 de novembro, no Sesi da cidade. “A ideia é de um treino solidário, com 12 horas de duração, mas que cada pessoa pode iniciar e terminar a hora que quiser. Haverá um limite de 100 participantes, com a inscrição no valor de R$ 50”.
A causa é nobre. O dinheiro arrecadado será doado para a família do pequeno Vitor, um menino de quatro anos que sofre de complicações causadas pelo vírus Epstein-Barr, tendo dezenas de convulsões e chegando a perder a capacidade de andar e de falar. A mãe Mailin Setti Eckert é bióloga e usou seu conhecimento na área para descobrir o diagnóstico do filho, que foi tratado inicialmente pelos médicos para uma bactéria, o que pode ter agravado a situação.
Marcolla conta que a ideia é prover pelo menos dois meses de tratamento para o menino. “Com 100 inscrições a R$ 50 teremos R$ 5000, o que paga o tratamento de 60 dias. O Vitor tem que ir para São Paulo a cada dois meses para se tratar”, explica.
Três atletas de alto nível participarão do evento, entre eles o campeão mundial do Quíntuplo Ironman, o homem mais resistente do planeta, Daniel de Oliveira. “Também o campeão da prova Extremo Sul e o vice-campeão do Duplo Ironman. A ideia é fazer uma palestra com os três um dia antes da prova. Ainda não é certo que vai acontecer, mas já está bem adiantado, é provável que ocorra”.
Clique aqui para ver à entrevista que a mãe de Vitor, Mailin, concedeu ao Canal X.