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Camboriú terá força-tarefa contra o mosquito Aedes Aegypti

Secretarias estão organizando ações. Aumento dos focos do mosquito no município preocupa

O aumento de focos do mosquito Aedes Aegypti em Camboriú preocupa as autoridades. Em 2015, foram registrados 30 focos do mosquito, responsável pela transmissão da dengue, da zika e da chikungunya. No ano passado, o número saltou para 107 focos.
A situação é de alerta. É o que explica Maurício Costa, coordenador do Programa de Combate à Dengue, Zika e Chikungunya. “O crescimento dos focos está ocorrendo rápido e precisamos da colaboração de todos para frear este avanço”, explica ele. O tema foi debatido em uma reunião realizada nesta quarta-feira, dia 11, com a participação de secretários de várias pastas. A intenção foi debater medidas e a participação de servidores de todos os setores em uma força-tarefa contra o mosquito.
O secretário de Saúde, Ronnye Peterson dos Santos, explicou que estão sendo contratados novos agentes de endemias. Serão mais oito profissionais na equipe do programa. A Secretaria de Obras, de Saneamento Básico e a Fundação de Meio Ambiente estão trabalhando de forma conjunta para resolver outro problema que facilita a proliferação do mosquito: o acúmulo de entulhos na cidade.
A presidente da Fundação do Meio Ambiente, Liara Rotta Padilha Schetinger, explicou que está em licitação uma área para a destinação final correta destes materiais, como móveis e restos de construção. E o recolhimento será feito com caminhões da Secretaria de Obras.

Participação da comunidade
Assim que for resolvida a questão da destinação dos entulhos, o grupo vai marcar um dia de grande ação contra o mosquito. A ação envolverá servidores municipais e a comunidade, através de associações e igrejas, será convidada a participar. “Os agentes de endemias não conseguem fazer tudo. Precisamos da colaboração da comunidade porque este é um problema de todos”, aponta Fábio Murilo de Souza, supervisor de campo do Programa de Combate à Dengue. “Nossa meta é foco zero. E só vamos conseguir isso com esforços do governo e da sociedade civil organizada”, analisa o secretário de Saúde.

Taboleiro e Monte Alegre têm o maior número
Os bairros Taboleiro e Monte Alegre são considerados bairros infestados pelo mosquito. É como os agentes definem os locais com presença intensa de registros das larvas. Em 2016, foram localizados no bairro Monte Alegre 20 focos do mosquito Aedes Aegypti. No Taboleiro, foram 59 focos.
Apesar do grande número de focos, nenhum caso das doenças que o mosquito transmite foi registrado em Camboriú. Isso ocorre porque é preciso que o mosquito esteja infectado com um dos vírus para passar a doença. “Nossa preocupação é que, se ocorrer uma contaminação, com tantos focos ela poderá atingir muitas pessoas rapidamente”, esclarece o coordenador Maurício. No ano passado, seis moradores de Camboriú tiveram dengue, mas em todos os casos a contaminação ocorreu em outras cidades.

Monitoramento é constante
Os agentes de endemias realizam um monitoramento constante na cidade. Este monitoramento é feito por meio de 175 armadilhas – partes de pneu com água limpa – que estão distribuídos por todos os bairros. As armadilhas são verificadas toda a semana e, caso alguma larva seja encontrada, passa por análise. Além destes locais, a equipe faz verificações quinzenais no que chama de “pontos estratégicos”. Que são, na verdade, locais com mais possibilidade de se tornarem criadouros do mosquito, como cemitérios, depósitos de materiais ao ar livre e borracharias. Hoje, são 55 pontos estratégicos vistoriados.
Quando as equipes encontram uma larva do Aedes Aegypti, realizam um pente fino em todas as casas em um raio de 300 metros. Quando há o registro de uma grande presença, como ocorre no Taboleiro, as visitas são em todas as casas e outras medidas, como tratamento com larvicidas no local ou pulverização de inseticida, são realizadas.

Como colaborar
O secretário de Saúde destaca que a data de mobilização de todas as equipes e comunidade será anunciada nos próximos dias. Mas a população já pode colaborar. Como explica Maurício, há ações simples que ajudam muito no combate ao mosquito. “A indicação é que uma vez por semana, por 10 minutos, o morador verifique locais que podem estar com água parada e limpa. Caso de pratinhos de plantas, pneus e até mesmo as calhas da casa”, explica.
Não colocar pneus ou eletrodomésticos nas ruas ou em terrenos baldios é outro pedido da equipe. Estes materiais podem ser destinados ao Ecoponto, que fica no final da rua Rio Pardo, no bairro Rio Pequeno, e funciona das 8 às 18 horas. O mosquito, esclarece ainda o coordenador, não se reproduz em água suja. Então, não é preciso se preocupar com poças de água ou lagoas.
O coordenador aponta ainda que o maior desafio é conscientizar a comunidade: “Mesmo com o aumento da equipe, sem a colaboração da população, não vamos combater este problema”. Para denunciar ou tirar dúvidas sobre possíveis focos do mosquito, os moradores de Camboriú pode entrar em contato pelos telefones (47) 3365 4463 ou 3365 2141.

Focos do mosquito 

               Bairro      2015       2016
Areias        1         5
Cedro        0         1
Centro        5        17
Lídia Duarte        0          4
Monte Alegre        4        20
Rio Pequeno        2          1
São Francisco de Assis        5          0
Santa Regina        0          0
Taboleiro        13         59
Várzea do Rancinho        0         0
TOTAL        30       107

Foto 1: Em reunião, secretários e servidores definiram que será realizada uma força-tarefa e que um dia de ação será marcado
Foto 2: Fábio Murilo de Souza, supervisor de campo do Programa de Combate à Dengue, verifica uma das armadilhas

Outras informações e entrevistas:
Ronnye Peterson dos Santos, secretário de Saúde
Telefone: (47) 99208 1218
Maurício Costa, coordenador do Programa de Combate à Dengue, Zika e Chikungunya
Telefone: (47) 99666 2383

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