Camboriú vai sediar amistoso de futebol de salão para cegos na quarta-feira
O ginásio de esportes Irineu Bornhausen, no centro de Camboriú, vai sediar uma disputa amistosa de futebol de salão para cegos na próxima quarta-feira, dia 23, com o intuito de sensibilizar a comunidade com os temas da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência – que vai do dia 21 ao dia 28 de agosto. As disputas serão entre uma seleção formada por atletas amadores de Camboriú e cidades vizinhas, que vestem a camisa do Camboriú FC, e um time que vem de Florianópolis especialmente para os jogos – representando a Associação Catarinense de Deficientes Visuais (ACDV). Dois jogos estão marcados para a data: um às 9 horas e outro às 14h15min. Toda a comunidade é convidada a participar e conferir a disputa.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Educação, por meio do servidor Alexandre Cordeiro, que atua na área da inclusão e também vai jogar no amistoso com a camisa do Cambura. Ele explica que os jogos seguirão as regras oficiais do futebol de salão, com algumas adaptações para jogadores cegos. “Cada time se apresenta com oito jogadores, sendo que cinco entram em quadra, incluindo goleiro. Todos são cegos, com exceção do goleiro. Como ele é o único do time que enxerga, o espaço de movimentação dele é limitado em um metro para frente ou um metro para cada lado da trave”, explica.
Outra adaptação é a colocação de tábuas nas laterais da quadra. “A cobrança de lateral diminui a dinâmica do jogo, faz a gente perder muito tempo. Também vamos usar tampões oftalmológicos nos olhos, para ninguém correr o risco de enxergar vultos, luzes, e levar vantagem em cima dos outros jogadores”, comenta Alexandre. Além disso, atrás de cada gol fica uma pessoa que leva o título de Chamador, e é responsável por orientar por meio de comandos de voz o ataque de seu time. Os jogos serão disputados em dois tempos de 25 minutos com intervalo de 10 minutos.
Não importa o placar
Apesar de treinar regularmente com colegas da Associação dos Deficientes Visuais de Itajaí e Região (ADVIR), Alexandre Cordeiro confessa que está um pouco fora de forma. “Teremos troféus e medalhas para a premiação, que foram doados por empresas apoiadoras, mas na verdade não importa o placar. O que queremos é ter um momento de inclusão, de integração com a comunidade”, destaca. Ele convida a todos que possam estar presentes na data para prestigiar a partida e conhecer os times.
“A inclusão quem faz somos nós, porque nós somos a comunidade. Só vai existir inclusão de verdade quando todos nos aceitarem como membros da sociedade, como cidadãos comuns e não como vítimas ou coitados”, defende. Para seguir divulgando essa mensagem, o time de Alexandre viaja a Florianópolis no dia 16 de setembro – durante a Semana da Inclusão – para disputar um novo amistoso com a Associação Catarinense de Deficientes Visuais, que também quis a oportunidade de jogar em casa.
A organização do amistoso de futebol de salão para cegos, idealizada pela Secretaria de Educação, conta também com o apoio da Fundação Municipal de Esportes (FME), que realizará arbitragem; da Secretaria de Saúde, que disponibiliza gaze para os tampões oftalmológicos; da Secretaria de Obras, que vai montar e desmontar a adaptação da quadra com madeira nas laterais. Além de empresários da região, que patrocinam e apoiam o evento.