Arte contemporânea, ancestralidade, crítica social e poesia visual ocupam galerias, museus e espaços alternativos da cidade
Florianópolis está pulsando arte por todos os cantos com exposições que reúnem artistas de diferentes regiões do Brasil e propostas curatoriais múltiplas. De instalações sensoriais a reflexões sobre masculinidade, ancestralidade indígena e paisagem litorânea, a cidade reúne dez exposições gratuitas que merecem ser visitadas. Pintura, escultura, fotografia, vídeo, bordado, colagem, arte sonora e site-specific compõem esse circuito plural. São sete no Centro, que dá para montar um roteiro a pé entre galerias, museus e espaços independentes, duas no Sul da Ilha e uma no Centro Integrado de Cultura. O roteiro conta ainda com uma sugestão em Rancho Queimado.
Na Fundação Cultural Badesc, que fica no Centro, o Espaço Fernando Beck recebe a coletiva “Pater; sobre pertences vivos”, que propõe uma reflexão crítica sobre o paternalismo como estrutura que atravessa relações íntimas, sociais e institucionais. Coordenada pelo artista visual Élcio Miazaki e selecionada no Edital de Exposições 2025, a mostra reúne mais de 20 trabalhos, como vídeos, fotografias impressas, objetos, monotipias, desenhos e trabalhos sonoros. Participam os artistas Alexandre Sequeira, Bruno Gold, Bruno Romi, Camila Fialho, Élcio Miazaki, Gabriel Pessoto, João Paulo do Amaral, Marcelo Amorim, Masina Pinheiro & Gal Cipreste, Priscila Rampin, Ralph Gehre, Vicente Lima e Willy Caldas, os 14 artistas são oriundos de oito estados brasileiros. A visitação segue até 26 de novembro.
Ainda na Fundação, o Espaço Paulo Gaiad recebe a exposição individual “Várias Variáveis”, do artista João Matheus. Com curadoria de Karine Abbati, a mostra selecionada na Chamada Pública Paulo Gaiad 2025 – 1ª exposição individual, apresenta 16 pinturas inéditas produzidas entre 2023, 2024 e início de 2025. As obras, realizadas em suportes tradicionais como tela e papel, exploram as múltiplas formas de experienciar a vida por meio do fazer pictórico. Visitação vai até 26 de novembro.
Formada por 50 boias infláveis cor-de-rosa, a obra “Croma”, da artista visual Roberta Tassinari, ocupa o Espaço 3 da Fundação. A instalação, que propõe uma experiência sensorial e contemplativa, em que cor, luz e transparência se combinam para transformar o espaço expositivo em uma atmosfera lúdica e vibrante, pode ser visitada até o dia 26 de novembro.
Já no Jardim da Fundação é possível ver na exposição “ReverberAção”, seis moringas zoomórficas modeladas em argila, que são objetos que evocam a relação ancestral do povo Xakriabá com a terra, a água e os animais do cerrado, do artista indígena Nei Xakriabá. A curadoria da mostra é de Betânia Silveira e a visitação segue até 14 de novembro. A Fundação Cultural Badesc fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis, e a visitação ao espaço é de segunda a sexta, das 13h às 19h e aos sábados, das 10h às 16h.
Ainda no Centro, a mostra Jardim Translúcido da artista Adriana Füchter, pode ser visitada na Helena Fretta Galeria de Arte. Nesta segunda edição do projeto, a artista apresenta 18 esculturas em vidro e cristal e dá continuidade a uma pesquisa poética que investiga a delicada fronteira entre natureza e artifício, memória e matéria. Com curadoria de Lucila Horn a exposição pode ser feita até 31 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 18h30 e aos sábados, das 10h às 13h, na galeria que fica na Rua Presidente Coutinho, 532, Centro de Florianópolis.
No Centro Leste, é possível visitar a instalação “Artificial Landscape”, do artista blumenauense Felipe Da Costa na Galeria Mínima. Criada especialmente para o espaço e contexto da galeria, a obra é uma proposta site-specific que se constrói a partir de dois elementos simples e potentes: sacolas plásticas e vento. A visitação pode ser feita até 25 de outubro, de terça a sábado, das 18h às 00h, no espaço que fica no Ponto Bar e Piadina (Rua Victor Meirelles, 138, Centro de Florianópolis/SC).
Xilogravura, assemblages e pinturas integram a mostra “Realidades Possíveis”, dos artistas Maria da Xilo, Dennis Moreno e Lucy Pina na Galeria Lama. Com curadoria de Jorge A.S. Bucksdricker, a mostra, que propõe diálogos entre o efêmero e o permanente, o simbólico e o concreto, o abstrato e o figurativo, pode ser visitada até 8 de novembro na Galeria Lama, em Florianópolis. A Galeria Lama está localizada na Rua João Pinto, 198 ou na Rua Antônio (Nico) Luz, 159, no Centro de Florianópolis/SC. A visitação pode ser feita de quarta a sábado, das 18h às 00h.
No Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) é possível visitar a exposição “Arquipélagos: Memórias Líquidas”. A mostra que reúne mais de 100 obras é apresentada em quatro eixos curatoriais: águas e margens, desastres, arquiteturas e matas, rastros. Composta por trabalhos do acervo do MASC, obras do artista Paulo Gaiad (1953–2016) junto de distintos momentos da produção do gaúcho Clóvis Martins Costa (1974), o conjunto propõe uma discussão sobre as diferentes maneiras como a paisagem se inscreve na arte contemporânea, especialmente em diálogo com o território litorâneo do Sul do Brasil. A visitação pode ser feita até 22 de fevereiro de 2026, de terça a domingo, das 10h às 21h, no MASC, que fica no Centro Integrado de Cultura (CIC), na Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica, Florianópolis/SC.
Já no Sul da Ilha de SC é possível visitar duas exposições no MULTI Open Shopping. Em “Circe: bordado das miudezas”, é possível ver bordados de Olinda Evangelista e textos de Maiara Knihs estampados em tecido. Com curadoria de Lorena Galeri, a mostra que ocupa o chafariz central do empreendimento pode ser visitada até 2 de novembro. No hall de entrada, os visitantes podem conhecer mais da mostra “Ecos Tridimensionais”, que é desdobramento do projeto Mandarim Celestial do Instituto de Ciência e Cultura Brasil–China, coordenado pelo Dr. Yu Tao, com apoio da UFSC e do Prêmio Circuito Cultura Catarinense. A visitação é até 4 de novembro, de segunda a sábado, das 10h às 22h e aos domingos das 12h às 20h. O open shopping fica na Rodovia Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, 3339, no Rio Tavares, em Florianópolis.
Em Rancho Queimado
O Museu Casa de Campo, espaço histórico onde o ex-governador Hercílio Luz costumava passar férias, recebe até 31 de outubro a mostra “AMARELO”, do colagista sR Lima. Com curadoria de Meg Roussenq, a exposição reúne 10 trabalhos criados a partir do reuso de fragmentos de revistas descartadas, um processo meticuloso que transforma o descarte em narrativa visual, reafirmando a arte como manifesto sustentável e social. A visitação pode ser feita de terça a sexta, das 13h às 17h e aos sábados e domingos, das 10h às 17h, no espaço localizado na Rua Ver. Paulo Sell, 428, bairro Taquaras, em Rancho Queimado, na Grande Florianópolis.