Dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade, saiba mais sobre o TDAH

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Segundo a psiquiatra Julia Trindade, o transtorno pode ser percebido na infância e acompanha a maioria dos pacientes ao longo da vida; o Dia Internacional do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é celebrado em 13 de julho

 

Estar desatento, com dificuldade de se concentrar, de fazer as coisas e com pouca produtividade podem ser sinais de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O Dia Internacional do TDAH é celebrado em 13 de julho e de acordo com a psiquiatra Julia Trindade, quem sofre com o transtorno sente constantemente dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade.

Um exemplo seria quando a pessoa começa a ler um livro e não consegue terminar. Ou quando não consegue passar da primeira página e aí vai assistir uma série ou um filme e não tem paciência de seguir a atividade. A médica explica ainda que existem ainda casos de pessoas que não conseguem cumprir prazos de entregas, esquecem datas comemorativas e em alguns casos, fazem um monte de coisas ao mesmo tempo.

“É importante reforçar que é natural as pessoas terem dificuldade de concentração e nem sempre isso está relacionado com TDAH. Em muitos casos, isso acontece porque a pessoa está com a cabeça cheia ou com uma rotina mais atribulada”, ressalta Julia.

A psiquiatra comenta que na maioria das vezes os casos do transtorno são percebidos normalmente na infância e acompanha a maioria dos pacientes ao longo da vida. “Sabe aquela criança muito agitada na escola, que não fica parada ou que sempre está no ´mundo da lua´ e em função disso os pais são chamados constantemente na escola, pode ser um alerta para TDAH”, diz Julia.

E caso não haja um suporte familiar, a médica destaca que pode haver uma piora e uma intensificação do quadro na adolescência, seja no período do vestibular, na faculdade, ou ainda quando a pessoa inicia a vida profissional e tem dificuldade de manter responsabilidades.

Segundo a psiquiatra, existem populações que têm um maior índice de ter TDAH, e que em média, uma em cada quatro pessoas em situação de cárcere podem apresentar o transtorno. A presença de comorbidades é muito frequente, como ansiedade, transtorno por uso de substâncias e depressão.

“Muitas vezes o preconceito da família em tratar e ainda questões de autoestima são empecilhos na hora do tratamento. E quando a família não tem condição de lidar com isso ou fica taxando a pessoa de burra ou preguiçosa, o estigma da doença só cresce”, diz a médica.

Julia enfatiza que em função da falta de tratamento é ainda maior o risco de fracasso profissional, nos relacionamentos pessoais, propensão a dívidas, bem como de acidente de trânsito e de morte por acidente também.

“Então, existe um monte de fatores que afetam a qualidade de vida do paciente com TDAH, porque às vezes a gente tem ideia de que ter o transtorno é ´cool’, é legal, né? Mas, se não tratado, o TDAH pode trazer prejuízo e sofrimento”, destaca.

 

Tratamento

Além do acompanhamento médico, pois é o profissional que fará a regulação das medicações seguras e que funcionam para o tratamento, a médica destaca que a psicoterapia também é indicada e ajuda no processo de melhora do quadro de hiperatividade, impulsividade e da dificuldade de atenção.