A disputa pela presidência da Câmara de Vereadores de Itajaí marcou o primeiro grande embate da nova Legislatura. O vereador Paulo Manoel Vicente, o Paulinho Amândio (PDT) concorreu com o companheiro de partido Níkolas Reis em uma disputa marcada pela polêmica. Paulinho levou a melhor, com 15 dos 21 votos. E a legislatura começa rachada.
Em entrevista, Níkolas fala sobre o ocorrido, acusa o governo de ter influenciado diretamente a escolha da presidência e diz que o Legislativo não pode servir de “sala do gabinete do prefeito”.
O que ocorreu na disputa pela presidência?
Desde o início eu havia informado que seria candidato, e Paulinho (Paulo Manuel Vicente, PDT) não havia expressado essa intenção. Eu tinha autorização do partido para fazer a gestão política desse processo. Conseguimos 11 votos. Nosso grupo também tinha o Fernando Pegorini (PP) e o Fabrício Marinho (PPS), e a tendência na verdade era que o Fabrício viesse como candidato a presidente. Por influência do governo, dobraram Eduardo (Eduado da Kimassa, PRP), Renata (Renata Narcizo, SD), e o restante foi atrás. Mantivemos a candidatura para denunciar essa interferência.
Você passa a estar ma oposição?
Estou numa situação peculiar, num partido que compõe diretamente o governo. Mas esse episódio é uma demonstração de que não sou eu que não quero dialogar. O governo é que não quer dialogar comigo, não quer que eu contribua. Lamento. Manterei uma postura independente, não tem por que sustentar um governo que começou muito errado, trazendo secretários de fora. Minha postura é de independência.
E como fica a composição dos blocos?
Não sei. A primeira coisa esquisita foi a Dulce (Dulce Amaral, PR) fazer o discurso pela situação. Entendo que isso caberia ao Fabrício, o PPS rompeu com Jandir (Bellini, PP) para construir um projeto com o Volnei (Morastoni, PMDB). Dar o discurso para um partido que compôs com outra chapa nas Eleições é esquisito. Confundiu-se essa coisa de maioria, já negociando espaço no governo. Essa mistura para mim é criminosa. Não se pode misturar coalizão, que é razoável, é do jogo, com a presidência da Câmara. É fazer da Câmara a sala do gabinete do prefeito.
Ter dois correligionários disputando a presidência da Câmara causou saia-justa no PDT?
Infelizmente sim. Entendo que antes de chegarmos nesse limite havia possibilidade política de isso não acontecer. Se o prefeito tivesse olhado de maneira diferente, a direção do partido também, mas não fizeram. Não dei razão para isso, desde o início sabiam que eu seria candidato. Só lamento a direção do PDT ter colocado dois candidatos do mesmo partido. Há um problema que espero que seja consertado nos próximos dias. Espero que o governo possa reverter a lambança que fez.