“É a realização de um sonho e o começo de outro”, diz Luciano Hang sobre centésima loja da HAVAN
O empresário Luciano Hang, 54 anos, fundador e presidente da rede varejista Havan, de Brusque, inaugura neste a centésima loja da empresa. Segundo ele, será a maior inauguração no Acre. Esse projeto marca também o início de outro, de mais 100 lojas em cinco anos, com investimentos entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.
Acompanhe a entrevista da jornalista Estela Benetti com Luciano Hang ao Diário Catarinense:
O que representa a 100ª loja e porque a escolha da cidade de Rio Branco?
Hang: É a realização de um sonho e o começo de outro. Entregamos 100 megalojas pelo Brasil em 15 Estados até agora e começamos um segundo sonho de montar mais 100 lojas nos próximos cinco anos. Estamos muito felizes. E a escolha de Rio Branco, no Acre, foi estratégica porque todo mundo sempre brincou que o Acre não existe, que tinha dinossauros… Quando visitamos o Estado ficamos impressionados e escolhemos Rio Branco para sediar a centésima unidade
Como é essa loja?
Hang:Ela tem 16 mil metros quadrados, é linda, digna de ser a centésima megaloja. Fica numa esquina, na rótula da BR-364 com a famosa Avenida Calafate, num terreno de 20 mil metros quadrados (com a réplica da Estátua da Liberdade). É um novo cartão postal da cidade. Investimos na unidade R$ 40 milhões e geramos 200 empregos diretos. Fica a 4 mil quilômetros da nossa matriz, em Brusque e a 3 mil quilômetros de Miami, EUA.
Onde serão as próximas?
Hang:Hoje estamos em 15 Estados, geramos mais de 12 mil empregos diretos. A proposta é duplicar o número de lojas, de colaboradores. Vamos tentar chegar com essas 100 novas lojas em todos os Estados do Brasil. Já recebemos convites de Manaus, Roraima, e de todos os demais Estados. Vamos encerrar o ano com 106 lojas.
Temos 30 em SC e vamos colocar mais 20. No Paraná, também temos 30 e vamos abrir mais 20. Em SC, este ano vamos abrir em Indaial, Porto Belo e Joaçaba. Estamos programando novas unidades para Palhoça, Florianópolis, São José, Porto Belo, Camboriú, Itajaí, Joinville, Gaspar, Indaial, Joaçaba, Videira, São Miguel do Oeste e Lages. Vamos criar 4 mil emprego e investir R$ 600 milhões no Estado nos próximos dois anos.
Quanto será o investimento total?
Hang:Para 100 lojas, devemos investir de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. Esses recursos são de bancos parceiros como o Itaú e Bradesco e de capital próprio. Eu sempre digo que a Havan reinveste cada centavo que ganha. Temos foco na Havan, investimos todo dinheiro na empresa. Por isso a gente pode sonhar de fazer essas 100 lojas nos próximos cinco anos, praticamente toda expansão com dinheiro próprio. Este ano, por exemplo, estamos abrindo 2,5 mil novos empregos.
O varejo online é uma tendência. O senhor planeja mais lojas online?
Hang:As vendas online significam para nós de 2% a 3% do negócio. Crescemos 40% em julho frente ao mesmo mês do ano passado e 120% nas vendas online, na mesma comparação. Temos que fazer um misto entre lojas físicas e online porque nossas unidades são para lazer também. A Havan é uma loja em que as pessoas gostam de estar. Então, temos que fazer um misto entre lojas fixas e online. Para oferecer mais lazer, estamos abrindo cinemas na Havan em cidades que ainda não têm esses equipamentos. Estamos abrindo cinemas junto a praças de alimentação em Joaçaba, Porto Belo e Porto União, por exemplo. Já temos em Brusque, Pato Branco, Arapongas e Porto União.
A Havan é uma rede grande. Qual é a reação da concorrência nas cidades onde abre loja?
Hang:Agora, no Acre, um shopping fez uma propaganda na televisão dizendo Bem-vinda ao Acre, Bem-vinda Havan. É assim que eu acho que tem que ser. Vamos para a cidade para somar, para ela se tornar um polo comercial. Assim atrai mais consumidores e todo mundo ganha. Quem se fecha erra, a cidade fica cada vez menor e mais pobre. Em Brusque, a Havan é um monstro e cada vez abre mais lojas na cidade. É preciso criar o hábito de compras.
Como o senhor vê o cenário econômico do Brasil e como é possível melhorar?
Hang:Olha, ultimamente não vejo mais notícias ruins. Foco na empresa. Acho que o Brasil tem jeito. Os empresários têm que voltar a acreditar no país, as pessoas têm que voltar a trabalhar e esquecer os políticos e a política. Eles, lá em cima precisam entender mais de contabilidade, ser mais gestores, parar de fazer populismo com o dinheiro da população. O Brasil tem a maior carga tributária do mundo e o pior serviço do mundo, graças ao populismo que há no país. E preciso diminuir a máquina pública. Vamos continuar investindo desde que não haja mais governo populista que destrua a economia do Brasil. Se o país for pra gente, todos empresários vão investir. O melhor programa social do mundo é o emprego, que dá dignidade para as pessoas.
Como o senhor tem aparecido em campanhas da Havan, tem quem acredita que será candidato. Pensa nisso?
Hang:Eu fiz uma campanha para mostrar de quem é a Havan porque estavam dizendo que a empresa era do filho de um político e da filha de uma política. Mas a possibilidade de eu me candidatar nas próximas eleições é zero, zero. Quando vejo alguém falando mal da Havan, normalmente é petista. Eu não comungo da ideologia deles, soltei foguete quando o Lula foi condenado. Vou continuar com foco na minha empresa, geração de riqueza e empregos. Mas não vou deixar de reclamar quando houver coisa errada. A população adorou a campanha, adorou saber que a empresa não é de político. Eu digo, se fosse de político teria quebrado há muito tempo. Eles têm que saber o que é débito e o que é crédito.