Obra de referência foi escrita ao longo de toda a vida pelo pesquisador Gutemberg Cruz, que estuda o tema há mais de meio século
Um dicionário não se escreve da noite para o dia. Pode levar anos. Ou mais de meio século, como este que a Editora Noir está lançando, Grande Dicionário do Quadrinho Brasileiro, de Gutemberg Cruz. A obra surgiu quando o jornalista e crítico cultural baiano começou a ler quadrinhos na infância, no início da década de 1960. De lá para cá, ele colecionou praticamente tudo que saiu de artistas brasileiros e fichou todos os personagens – dos mais famosos como Pererê, Mônica e Rê Bordosa, aos menos conhecidos ou lembrados.
Até que, nos últimos dez anos, decidiu transformar tudo em uma obra pioneira de consulta para fãs e pesquisadores, com 1.035 verbetes. “É um trabalho fabuloso de pesquisa que chega como referência para pesquisadores e foi editado com bastante cuidado, revisto por três consultores”, diz o editor Gonçalo Junior. O critério usado pelo autor foi que cada personagem tenha sido publicado em algum jornal ou revista de grande circulação. “Claro que esperamos receber sugestões de quem sentiu falta de algo para que possamos fazer uma ampliação no futuro”, acrescenta.
Cruz cobre em sua pesquisa quase 160 anos de história e chama atenção pela amplitude de seu levantamento, com zelo por muitos personagens hoje esquecidos da primeira metade do século XX, publicados em revistas como O Tico-Tico, Careta, A Gazetinha, A Cigarra, Suplemento Juvenil e O Globo Juvenil, entre tantos outros. Antenado também com o que tem saído nos últimos 30 anos, o autor traz centenas de criações desse período.
Do início do século XX, ele relaciona os personagens Lamparina (J. Carlos), Reco, Bolão e Azeitona (Luis Sá), Tinoco o caçador de feras (Theo). Chegam os anos de 1930 com o mordaz e defensor do povo Juca Pato (Belmonte); e destaca a musa do modernismo Pagu (Patricia Galvão), que publicou o trio Malakabaço, Fanika e Kabelluda. Um painel da vida brasileiro em diferentes regiões com João Tymbira, de Francisco Acquarone de 1938, e O terror do Garra Cinzenta, de 1939.
Nos anos de 1940, destaque para o malicioso Amigo da Onça (Péricles). Na década de 1950, Dr. Macarra, de Carlos Estêvão. Ziraldo aparece nos anos de 1960 com a Turma do Pererê e logo em seguida Henfil invade os quadrinhos com Fradim, Graúna e Ubaldo, o paranoico. O aventureiro dos pampas gaúchos Aba Larga de Getúlio Delphin, o marginal Rango de Edgar Vasques e o Super Cupim do Rio Grande do Norte. Os anos de 1970 foram prósperos para Mauricio de Sousa e sua Turma da Mônica. De lá para cá surgiram centenas de outros personagens, como Bob Cuspe, Rê Bordosa, Piratas do Tietê etc.
Serviço:
Grande Dicionário do Quadrinho Brasileiro
Gutemberg Cruz
Editora Noir
416 páginas
Formato 16 x 21 cm
Valor promocional – R$ 99 – via PIX – CNPJ NOIR: 26.835.458/0001-54 (recibo e endereço deverão ser apresentados para contato@edioranoir.com.br)
Lançamento: agosto de 2022 – Já à venda
Nas livrarias Travessa, Martins Fontes e Amazon
Sobre Gutemberg Cruz:
Um dos mais conceituados jornalistas de cultura de Salvador dos últimos 40 anos, Gutemberg Cruz é pesquisador de humor gráfico e quadrinhos. Nos anos de 1970, publicou o fanzine Na Era dos Quadrinhos. Em 1975, participou do suplemento A Coisa, do jornal Tribuna da Bahia. Logo em seguida, Coisa Nostra (1976). Nos anos de 1980 e 1990, foi editor de cultura dos diários Correio da Bahia e Bahia Hoje. E escreveu para Diário de Notícias, Tribuna da Bahia e A Tarde. Autor dos livros O Traço dos Mestres, Feras do Humor Baiano, Gente da Bahia Volumes 1 e 2, Bahia um estado d´alma, Breviário da Bahia e O que nós falamos sobre municípios. No momento, prepara mais um livro para a Noir.