Parece história de pescador, empolgação de momento ou memória curta, mas a percepção de quem acompanha a safra da tainha desta temporada é de que nunca caiu tanto peixe nas redes do litoral catarinense. A impressão não é à toa: em um mês de pescaria, foram capturadas 1,6 mil toneladas nas praias do Estado.
O montante já supera toda a safra da pesca artesanal do ano passado, encerrada com 1,4 mil toneladas. Como ainda restam dois meses de pesca na temporada e a melhor marca recente é de 2007, com pouco mais de 2 mil toneladas, tem sido difícil não falar em recorde nas rodas de conversa à beira do mar. Caso a temporada termine com pelo menos 3 mil toneladas, o que a essa altura não é improvável, será a melhor de toda a série histórica da pesca artesanal catarinense, considerando as quatro últimas décadas.
– Vamos ultrapassar, acho que será um recorde histórico. Vai ultrapassar 2007 – anuncia o presidente da Federação dos Pescadores em SC (Fepesc), Ivo da Silva.
O que tem multiplicado as toneladas de tainha nesta temporada, destaca o presidente da Fepesc, não é uma onda de sorte. O tempo frio e os ventos em condições favoráveis têm feito a diferença, mas há um fator que nada tem a ver com o clima: esta é a primeira temporada em que as embarcações industriais efetivamente têm de esperar por um mês até lançarem as redes no mar.