Hoje dependente das hidrelétricas, o Brasil vai ter um salto na geração de energia solar e de ventos (eólica) em 25 anos.
Em 2040, o país deverá ter 43% de sua energia gerada a partir de placas solares ou dos ventos, contra menos de 6% em 2015. Por outro lado, as hidrelétricas, que representaram 64% da capacidade instalada no ano passado, terão sua participação diminuída para 29%.
A previsão faz parte do relatório New Energy Outlook 2016, feito pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF). O estudo faz uma projeção da evolução das fontes de energia renováveis nas principais economias do mundo.
De acordo com o relatório, o avanço tecnológico possibilitará o barateamento de equipamentos para gerar energia solar e eólica. Além disso, prevê maiores investimentos nessas fontes de energia.
Até 2040, as fontes de energia renováveis, incluindo biomassa, vão atrair US$ 237 bilhões em investimentos no Brasil.
No mesmo período, as hidrelétricas atrairão US$ 27 bilhões, enquanto a energia gerada por combustíveis fósseis, como carvão e gás, terão investimentos de R$ 24 bilhões, segundo o estudo.
“Instalar uma planta [usina] eólica ou solar é mais barato e mais rápido do que implantar uma hidrelétrica, considerando a mesma capacidade de gerar energia”, afirma a analista da BNEF Lilian Alves. “Por isso, prevemos que atrairão mais investimentos.”
Revolução da energia solar
O estudo também prevê que o Brasil viverá uma revolução da energia solar a partir de 2020. O número de imóveis com placas solares no telhado deve saltar de 3.500 atualmente para 9,5 milhões em 2040.
Além do barateamento dos equipamentos, a conscientização também deverá ter influência na decisão de instalar placas solares no telhado das casas. “As pessoas vão perceber que é mais barato gerar a própria energia”, diz a analista da BNEF.
Com isso, ela prevê o crescimento do mercado de geração distribuída no Brasil, ou seja, quando uma pessoa produz a própria energia e vende o excesso para o sistema elétrico em troca de créditos.
“Hoje, dois fatores dificultam a expansão da energia solar: os juros altos, que encarecem os financiamentos, e o dólar valorizado, que encarece a maior parte dos componentes importados”, afirma Alves.