Um estudante de engenharia mecânica da Ufsc está sendo acusado de agredir duas mulheres, ambas também alunas da universidade, durante uma manifestação antirracismo promovida no Campus em Florianópolis, na tarde desta terça-feira (25). Segundo o recém-criado portal Catarinas, um site especializado em notícias de gênero, feminismos e direitos humanos. As estudantes faziam intervenções no Restaurante Universitário, quando teriam sido atingidas com água e restos de comida, antes de acertar um tapa no rosto de uma delas.
No evento, chamado de Virada “ANTIracista”, ocorria uma roda de conversa, aula pública, oficinas e intervenções, como parte de um protesto contra pichações com mensagens homofóbicas e alusivas ao nazismo que ocorreram recentemente na sala Quilombo, utilizada por estudantes negros na Ufsc.
– Quando saíamos da intervenção no RU, uma mulher seguia com um megafone. Do nada, um rapaz jogou água nela. Ela questionou o motivo e ele jogou o prato com comida nela. Outra estudante subiu na mesa, ele cuspiu nela e desferiu um tapa. Foi o estopim da confusão. Ele tentou sair e fomos todos atrás, alguns contemporizando pra evitar linchamento -, contou a estudante Cauane Maia, integrante do Coletivo Poder Para o Povo Preto.
Adriana Silva, estudante de Museologia, contou que estava almoçando quando viu o ato e se aproximou para apoiar. Ao tentar filmar a discussão gerada após a agressão, ela teve o celular arrancado das mãos.
– Comecei a filmar quando vi a discussão. Um estudante branco apareceu e arrancou o celular da minha mão. Ele disse que eu não poderia filmar -, contou.
Cauane Maia relatou que depois da agressão, os manifestantes perseguiram o agressor e acionaram o Departamento de Segurança da Ufsc (Deseg). As estudantes agredidas e o homem seguiram juntos na viatura até a 5ª Delegacia de Polícia, na Trindade. Outros manifestantes seguiram de ônibus até o local e aguardaram o registro do Boletim de Ocorrência do lado de fora da delegacia.
Em seu perfil no Facebook, a estudante Wellem Christina relatou que participava das intervenções nos centros acadêmicos e restaurante quando presenciou a agressão.
– No restaurante, um homem estudante racista e machista, jogou água numa mana do nosso grupo, o mesmo homem estudante racista e machista cuspiu comida na cara de outra mana preta e nela ainda deu um tapa na cara. Nós não tivemos outra reação senão ser nós por nós sempre. Mexeu com uma mexeu com todas -, publicou.