Um estudo publicado pelo American Journal of Infection Control, em fevereiro, apontou redução de 24% nas positivações da COVID-19 em pessoas vacinadas contra a gripe. Não só. A necessidade de hospitalização caiu para 42% e a necessidade de ventilação mecânica foi 55% menor, comparado a quem não se vacinou. Ou seja, respostas melhores à doença.
Segundo a enfermeira Miriam Regina Fuck, fundadora, proprietária e responsável técnica de enfermagem da Bravacinas Clínica de Vacinação, a vacina contra a gripe não substitui aquelas produzidas contra o Coronavírus, mas pode ser aplicada para diminuir os riscos de contaminação e complicações, além de evitar problemas que podem levar à necessidade de hospitalização — e até mesmo ao óbito, como pneumonia e insuficiência respiratória.
Para realização do estudo, as análises foram feitas com mais de 27 mil pessoas do Michigan, nos Estados Unidos, que fizeram o teste para Covid-19. No entanto, este é um estudo realizado após o fim dos quadros dos pacientes, chamado de estudo retrospectivo.
“O estudo aponta resultados positivos na gravidade da infecção, mas não substitui a vacina própria contra a doença. No entanto, principalmente considerando a atual crise do sistema de saúde e a escassez dessas vacinas, se imunizar contra a gripe neste ano é um escudo ainda mais importante e necessário para ajudar a reduzir a demanda sobre o atendimento hospitalar”, explica a especialista.
Ela reforça, ainda, que a vacina contra a gripe deve ser feita anualmente, pois o vírus Influenza passa por transformações e mutações, e a cada ano, conforme definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, as vacinas são produzidas com base nos vírus mais ‘ativos’ em cada país.
“Por isso, as vacinas são atualizadas e todo mundo precisa se vacinar de novo. Existem duas opções de vacina contra a gripe. A trivalente, que é a disponível no SUS, e a ou quadrivalente, que protege contra quatro variações da Influenza e é fornecida em clínicas privadas. Ambas imunizam contra a h1n1”, esclarece.
Pessoas a partir de 6 meses de idade podem ser imunizadas contra a gripe, desde que não estejam com febre ou debilitadas no dia da aplicação, nem sejam alérgicas aos componentes da vacina. No SUS, a prioridade é para os grupos de risco, como idosos, crianças, profissionais da saúde e pessoas com doenças crônicas.
“Para quem acabou de tomar dose contra a Covid-19, preconiza-se um intervalo de 14 dias até receber qualquer outra vacina, inclusive a da gripe. Ainda não há estudos nesse sentido, mas é a recomendação geral até que novas pesquisas sejam publicadas”, alerta Miriam.
Expectativa é de que no futuro exista uma só vacina
Futuramente, cientistas veem que uma vacina combinada contra a gripe e a Covid-19 possa existir – o assunto foi debatido recentemente pela chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College London, a virologista Wendy Barclay. Porém, até que isso aconteça e que todas as pessoas sejam vacinadas contra o Covid, o melhor cenário é a imunização em massa contra a gripe – o que deve ser feito anualmente.
Saiba mais
Há 13 anos no mercado, a Bravacinas é uma clínica altamente especializada, que trabalha exclusivamente com a vacinação humana. Atualmente possui duas unidades, uma localizada no centro de Itajaí, na Rua José Bonifácio Malburg, 470; e outra em Balneário Camboriú, na Avenida Martin Luther, 350.